Brasil

Cabral atribui violência a grupos internacionais

Alguns dos grupos agressivos se identificam como simpatizantes dos Black Blocs, um grupo internacional inspirado no movimento anarquista europeu

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral: de acordo com Cabral, os grupos internacionais aproveitam as mesmas redes sociais em que são convocados os protestos para incentivar atitudes violentas por parte dos manifestantes. (GettyImages)

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral: de acordo com Cabral, os grupos internacionais aproveitam as mesmas redes sociais em que são convocados os protestos para incentivar atitudes violentas por parte dos manifestantes. (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 13h46.

Rio de Janeiro - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, garantiu nesta sexta-feira que grupos internacionais, dos quais não citou nomes, estão incentivando a violência nos protestos que vêm mexendo com o Brasil nos últimos meses.

"Nestes atos (de protesto), sabemos que há presença de organizações internacionais, que estimulam o vandalismo e o quebra-quebra. Pela internet, é mais fácil hoje haver essa participação", disse o governador em entrevista coletiva na qual falou sobre o vandalismo que ocorreu na cidade após os protestos de quarta-feira.

De acordo com Cabral, os grupos internacionais aproveitam as mesmas redes sociais em que são convocados os protestos para incentivar atitudes violentas por parte dos manifestantes.

Alguns dos grupos agressivos se identificam como simpatizantes dos Black Blocs, um grupo internacional inspirado no movimento anarquista europeu.

Os últimos incidentes ocorreram na noite de quarta-feira depois que um pequeno grupo de manifestantes encapuzados, infiltrados entre os cerca de 2 mil que protestavam contra a corrupção na rua onde vive Cabral no bairro do Leblon, enfrentaram a polícia atirando pedras.

Uma vez que a polícia dispersou o restante dos manifestantes, os encapuzados se dirigiram para uma das principais avenidas do Leblon, onde fizeram ataques contra agências bancárias e edifícios particulares, além de saques em lojas.


Os últimos incidentes aumentaram a preocupação com a segurança durante a visita que o papa Francisco vai fazer ao Rio de Janeiro na próxima semana para presidir a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Os responsáveis pela segurança já tinham admitido preocupação após os protestos por melhores serviços públicos que milhões de brasileiros protagonizaram em centenas de cidades do país no mês passado, sendo que alguns também terminaram em conflitos.

Cabral garantiu que a presidente Dilma Rousseff lhe ofereceu apoio com tropas federais para fazer frente aos distúrbios, mas considerou que essa ajuda ainda não é necessária.

"A presidenta Dilma me ligou ontem, por volta das 19h30, manifestando sua solidariedade, seu apoio, seu estarrecimento. Ela passou o dia em compromissos no Ceará, com o governador Cid Gomes. E, como sempre, se colocando à disposição. Eu disse a ela que não é necessário (a ajuda do Exército). Que as forças de segurança (estaduais) estão presentes. Mas claro, como vocês sabem, o Exército estará presente no evento com a presença do papa", afirmou.

Tanto o Exército como as autoridades regionais de segurança afirmaram que estão em alerta devido à possibilidade das manifestações previstas para a visita do papa também terminarem em violência.

Cabral espera que a JMJ, que será realizada na próxima semana com a presença do pontífice, transcorra em um ambiente de paz e tranquilidade.


"O papa vai ser recepcionado com todo amor, respeito e dignidade no Rio, mesmo por seguidores de outras religiões, ateus e agnósticos. Ele vai ser recebido de braços abertos, como o Cristo Redentor. O clima será de fraternidade, amor e carinho", acrescentou.

Cabral anunciou a criação de uma comissão especial para investigar as ações de vandalismo durante as manifestações, formada pelas polícias Civil e Militar, o Ministério Público (MP) e o governo estadual.

A comissão terá a missão de identificar às pessoas que incitam o vandalismo nas manifestações para apresentar denúncias de formação de quadrilha contra elas, um crime mais grave e que não oferece a possibilidade de libertação mediante o pagamento de uma fiança.

"Tenho certeza que a comissão dará maior efetividade às investigações, que é o que a sociedade deseja, diante da indignação diante de atos que acontecerem não só no Rio, mas em vários estados do Brasil. Nós temos o dever de dar essa resposta", afirmou. 

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