Brasil

Butantan vai pedir registro final ao invés do emergencial da vacina

Com a mudança, a entrega de todos os documentos deve atrasar pelo menos 10 dias. Mesmo assim, governo de São Paulo mantém vacinação em janeiro

Caixas da potencial vacina contra Covid-19 Coronavac em fábrica da Sinovac em Pequim
24/09/2020 REUTERS/Thomas Peter (Thomas Peter/Reuters)

Caixas da potencial vacina contra Covid-19 Coronavac em fábrica da Sinovac em Pequim 24/09/2020 REUTERS/Thomas Peter (Thomas Peter/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 11h41.

Última atualização em 14 de dezembro de 2020 às 13h41.

O Instituto Butantan mudou a estratégia de pedir o registro emergencial da vacina contra a covid-19, que desenvolve em parecia com o laboratório chinês Sinovac, e vai solicitar o registro final. Com isso, o pedido, que deveria ser entregue na terça-feira, 15, vai ser feito na próxima semana, no dia 23 de dezembro.

“Nós mudamos a nossa estratégia, que até semana passada era solicitar o uso emergencial com os dados de análise parcial. Dada a conjuntura e uma possível dificuldade com relação à própria velocidade da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], mudamos de estratégia e vamos pedir o uso definitivo. Não vamos pedir o uso emergencial. E vamos fazer essa solicitação na China e no Brasil ao mesmo tempo”, disse o diretor do Butantan, Dimas Covas, em evento online promovido pela Universidade de São Paulo (USP) na manhã desta segunda-feira, 14.

Ainda de acordo com Dimas Covas, a Anvisa solicitou mais alguns documentos ao Butantan, dentro do processo continuado de registro da vacina. Ele disse também que ainda faltam alguns dados de inspeção da fábrica da Sinovac na China. “ Já respondemos aos questionamentos. E isso vai permitir a conclusão dos estudos”, disse ele.

Em entrevista à CNN Brasil, o coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus do governo do Estado de São Paulo, João Gabbardo, afirmou que o adiamento aconteceu porque se chegou ao número de 151 voluntários infectados para se fazer uma leitura definitiva da eficácia e será o dado definitivo, não o preliminar, que será anunciado.

"Com o aumento da transmissão de casos, isso também se refletiu entre os voluntários e nós rapidamente ultrapassamos o número de 151 (voluntários infectados) que era necessário para conclusão desta análise. Nós já estamos hoje com 170 casos. Nós optamos por fazer a entrega de dados já com o número definitivo, não vamos fazer de forma parcial", disse Gabbardo.

No Brasil, 13.000 voluntários participam da última fase de testes para saber se a vacina é eficaz. O imunizante do Butantan com a Sinovac ainda não tem registro na China. No fim de novembro, o teste da CoronaVac no Brasil atingiu o número mínimo de pessoas infectadas para concluir os estudos.

Metade recebeu a vacina e a outra metade um placebo. Ou seja, os pesquisadores passam a analisar se os contaminados estão no grupo vacinado ou no grupo placebo, e verificar se a vacina atingiu o objetivo que é de combater o coronavírus.

SP diz que vacinação começa em 25 de janeiro

Na semana passada, o governo de São Paulo disse que prevê iniciar a vacinação contra a covid-19 no estado no dia 25 de janeiro de 2021. A aplicação será de forma estadual, a começar pelos idosos e profissionais de saúde.

Esta primeira fase vai durar nove semanas, até o dia 28 de março. Serão vacinados 1,5 milhão de profissionais da saúde, e depois 7,5 milhões de pessoas acima de 60 anos. Após os trabalhadores da saúde, o calendário vai começar pelos idosos com 75 anos ou mais. A vacina será em duas doses, com um intervalo de 21 dias entre elas.

(Com Reuters)

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEstado de São PauloInstituto Butantanvacina contra coronavírus

Mais de Brasil

Lula promete zerar fome no país até fim do mandato

Após polêmica envolvendo Janja e Elon Musk, Lula defende campanha sem xingamentos

'Fuck you': Janja diz não ter medo de Elon Musk e xinga dono do X durante painel do G20

Qual o valor da multa por dirigir embriagado?