Brasil

Brasília pede ajuda da ONU para concluir estádio da Copa

O governo do Distrito Federal assinou nesta semana um acordo de 35 milhões de reais com duas agências da ONU


	Obras no Estádio Nacional: o contrato com a ONU é um dos mais claros sinais de que o Brasil está atrasado na construção dos estádios e de outras obras importantes para eventos esportivos
 (Shaun Botterill/Getty Images)

Obras no Estádio Nacional: o contrato com a ONU é um dos mais claros sinais de que o Brasil está atrasado na construção dos estádios e de outras obras importantes para eventos esportivos (Shaun Botterill/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 07h40.

Brasília - Com dificuldades para concluir seu estádio antes da Copa das Confederações, Brasília está pedindo ajuda a uma fonte surpreendente: a Organização das Nações Unidas (ONU).

O governo do Distrito Federal assinou nesta semana um acordo de 35 milhões de reais com duas agências da ONU para que elas adquiram serviços e itens como barracas, geradores e câmeras de segurança para o estádio, disse um funcionário da entidade internacional à Reuters na quarta-feira.

O contrato é um dos mais claros sinais de que o Brasil está atrasado na construção dos estádios e de outras obras importantes para eventos esportivos que irá sediar. A Copa das Confederações, em junho, é um evento-teste para a Copa do Mundo, um ano depois.

A vantagem da ONU é que ela pode adquirir produtos e serviços sem passar pelos complexos e demorados processos de licitação exigidos pela lei brasileira.

Como o Estádio Nacional Mané Garrincha tem apenas 87 por cento das suas obras já realizadas, e a Fifa espera recebê-lo em meados de abril, o fator tempo é crucial.

"Com o curto cronograma e a necessidade de focar na conclusão do estádio, o governo do Distrito Federal não conseguiu fazer a compra a tempo por meio de licitação pública", disse Arnaud Peral, representante-adjunto do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil.


Algumas das estruturas temporárias a serem adquiridas pelas agências da ONU para a Copa das Confederações - que reúne campeões continentais mais o país-sede - continuarão disponíveis para os setes jogos da Copa do Mundo a serem disputados em Brasília em 2014, segundo Peral.

Boaz Paldi, porta-voz do PNUD em Nova York, disse que o acordo com o Brasil "não é inteiramente inédito", e que o valor do contrato ainda pode aumentar.

Ele disse que o PNUD já auxiliou no passado projetos relacionados aos Jogos Pan-Americanos, e que a agência ganhará "visibilidade" no Brasil devido à sua participação.

Um porta-voz do governo do Distrito Federal disse que o governador Agnelo Queiroz (PT) tem por regra não comentar os contratos da capital.

No entanto, por meio de sua assessoria, o governo enviou nota para esclarecer que "os convênios firmados com o PNUD não têm relação com as obras do estádio, que estão dentro do cronograma, e sim com estruturas temporárias" que ficarão ao redor da arena, conforme exigido pela Fifa.


O governou acrescentou que o estádio será inaugurada no dia 21 de abril.

Não é a primeira vez que o Brasil se vale da experiência de agências da ONU. No ano passado, para o evento ambiental Rio+20, o PNUD colaborou para garantir a transparência dos processos de aquisição, e também a acessibilidade para pessoas com deficiências, a sustentabilidade ambiental e a inclusão social.

A Fifa já alertou que o Brasil não pode mais ter atrasos nas obras. O novo estádio de Brasília, com 70 mil lugares, será o segundo maior da Copa de 2014. Ainda falta cobri-lo, instalar acessórios e plantar a grama.

Antes da Copa das Confederações, o estádio deve receber dois jogos: a final do Campeonato Brasiliense, em 18 de maio, e a primeira rodada do Campeonato Brasileiro, entre Santos e Flamengo, uma semana depois.

Acompanhe tudo sobre:Copa das ConfederaçõesCopa do MundoEsportesEstádiosFutebolONU

Mais de Brasil

Governadores do Sudeste e Sul pedem revogação de decreto de Lula que regula uso de força policial

Pacote fiscal: Lula sanciona mudanças no BPC com dois vetos

Governo de SP realiza revisão do gasto tributário com impacto de R$ 10,3 bilhões

Bandeira tarifária de janeiro se mantém verde, sem cobrança extra