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Brasileiro que matou família na Espanha é narcisista, diz polícia

Depois de admitir "parcialmente" os crimes, ele foi indiciado na sexta-feira por dois crimes de assassinato e dois de homicídio

Polícia: o jovem confessou ter sucumbido a um "desejo incontrolável de matar" (foto/Reuters)
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AFP

Publicado em 24 de outubro de 2016 às 14h41.

O jovem brasileiro acusado do assassinato de quatro parentes na Espanha confessou ter sucumbido a um "desejo incontrolável de matar", segundo os investigadores, que afirmaram que, após o crime, ele seguiu tranquilamente com sua vida.

Os investigadores da Guarda Civil realizaram uma coletiva de imprensa para declarar o caso "policialmente fechado" e fornecer detalhes dos assassinatos cometidos por François Patrick Nogueira Gouveia, que esquartejou seus tios e matou os dois filhos pequenos do casal.

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Depois de admitir "parcialmente" os crimes, segundo um tribunal de instrução, François Patrick foi indiciado na sexta-feira por dois crimes de assassinato e dois de homicídio, e preso sem a possibilidade de fiança.

O jovem de 19 anos confessou que tinha "um desejo incontrolável de matar e que inclusive estava consciente dele" quando foi à casa de seus familiares em Pioz (60 km a leste de Madri) no dia 17 de agosto, indicou o comandante da Guarda Civil, Juan Jesús Reina.

"Patrick sabia claramente o que estava fazendo", tanto que carregava sacos plásticos, fita isolante e uma navalha, detalhou Reina.

"Ele nos fala a todo momento que não está louco", contou o guarda civil, que o descreveu como uma pessoa solitária, egocêntrica e narcisista, propensa a beber e a fumar.

Depois que a tia Janaína Santos Américo o deixou entrar, a matou na cozinha com a navalha, mas diz não se lembrar do assassinato das duas crianças, de um e quatro anos, indicou Reina.

Horas mais tarde seu tio Marcos Campos chegou, e ele o matou no corredor.

Depois de esquartejar os adultos e colocar seus corpos em sacos plásticos, François Patrick tomou banho, descansou por algumas horas e partiu na manhã seguinte para retornar a sua "vida normal", disse Reina.

Enviou do telefone celular de seu tio, fazendo-se passar por ele, uma mensagem ao locador da casa para avisar que atrasaria o pagamento do aluguel, o que aumenta as suspeitas de que planejava retornar ao local, embora nunca o tenha feito.

A arrepiante cena do crime foi descoberta um mês mais tarde, quando um vizinho alertou devido ao mau cheiro.

Na ocasião, o jovem viajou apressadamente ao Brasil. No entanto, na quarta-feira passada retornou voluntariamente à Espanha e se entregou.

Embora o motivo do crime ainda não esteja claro, segundo Reina o jovem sentia uma animosidade pelo tio, a quem insultou diante de várias testemunhas.

Reina acrescentou que há detalhes que François Patrick não confessou, provavelmente porque não quer que sua família conheça "a monstruosidade que fez".

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