Brasil vai se abster de votação para suspender Rússia de conselho da ONU
O representante brasileiro defendeu que os Estados-membros decidam sobre o assunto após conclusões por uma comissão de inquérito
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de abril de 2022 às 13h10.
Última atualização em 7 de abril de 2022 às 13h11.
O Brasil decidiu que irá se abster da votação que avalia suspender a participação da Rússia no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Em sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) nesta quinta-feira, 7, o representante brasileiro, Ronaldo Costa Filho, defendeu que os Estados-membros decidam sobre o assunto após conclusões por uma comissão de inquérito.
Costa disse que o País está "bastante preocupado" com as crescentes violações de direitos humanos e leis humanitárias na Ucrânia. "Pedimos para que todas as partes contribuam com a comissão, para que essa possa nos dar informações baseadas e que a Assembleia possa refletir e tomar uma decisão responsável sobre a permanência da Rússia no Conselho".
O Brasil, que integra o Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas neste ano, foi acompanhado por países como África do Sul e Senegal, que também optaram pela abstenção. Para que a suspensão da Rússia se concretize, é necessário que dois terços dos membros votem a favor da proposta.
Estados 'subordinados'
A Rússia alegou que os Estados Unidos querem manter "controle total sobre colonialismo de direitos humanos" nas relações internacionais. Na sessão da Assembleia Geral da ONU, o representante russo afirmou que alguns Estados membros já estão "subordinados" à força americana.
Embaixadores se reúnem nesta quinta para votar proposta, feita pelos EUA, para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU, após supostos ataques a civis em Bucha, na Ucrânia. O representante russo rejeitou as alegações de violações, que diz serem baseadas em informações falsas.
"Aqui não é lugar nem momento para teatro e performances teatrais, como a feita pela Ucrânia", disse ele, que afirmou que a proposta em votação não tem relação com a realidade.