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Brasil vai discutir com cinco países situação de haitianos

O foco da reunião é a adoção de medidas que ampliem o controle nas áreas de fronteira e impeça a ação dos intermediários

Grupo de haitianos embarca em ônibus para a capital do Acre: participarão amanhã da reunião integrantes do Itamaraty, do Ministério da Justiça, da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Brasília - A melhoria na situação de vida dos haitianos que tentam a sorte fora de seu país passa por uma série de ações conjuntas dos governos da América Latina, segundo especialistas. Com o objetivo de discutir medidas de cooperação está marcada para amanhã (15), a partir das 9h30, no Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, uma reunião com representantes do Brasil, do Haiti , da República Dominicana, do Peru, do Equador e da Bolívia.

O foco da reunião é a adoção de medidas que ampliem o controle nas áreas de fronteira e impeça a ação dos intermediários, os chamados coiotes – pessoas que cobram pela travessia de imigrantes. As autoridades querem intensificar as parcerias em dois eixos: barrar a ação dos coiotes e promover o intercâmbio de dados migratórios, de inteligência e de informações policiais.

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A reunião, no Itamaraty, ocorre três semanas depois de o governo brasileiro promover uma força-tarefa no Acre. O diretor do Departamento de Imigração e Assuntos Jurídicos do Ministério das Relações Exteriores, o diplomata Rodrigo do Amaral Souza, disse à Agência Brasil que a proposta é aumentar os esforços para melhorar a situação dos haitianos.

“A ênfase é desarticular as redes e grupos organizados que ganham dinheiro com a exploração dos haitianos e que os fazem correr todo tipo de risco”, ressaltou Amaral. “O que se pretende é estimular a migração legal e formal, sem dar espaço aos intermediários.”

Do lado brasileiro, participarão amanhã da reunião integrantes do Itamaraty, do Ministério da Justiça, da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ao final das conversas, deve ser divulgado um comunicado com as decisões e as medidas que serão adotadas para os próximos meses.


Amaral, que esteve no Acre e conversou com os imigrantes e as autoridades locais, disse à Agência Brasil que é fundamental unir esforços entre todos os países envolvidos na migração de haitianos para evitar que eles sejam vítimas da exploração e da falta de perspectivas.

Com o fim do limite na concessão de até 100 vistos por dia para os haitianos, conforme resolução publicada no Diário Oficial da União, no último dia 29, Amaral disse que a expectativa é conceder todos os vistos até dezembro. A resolução também acabou o limite de 1,7 mil vistos por ano. Até abril, havia pedidos agendados, na Embaixada do Brasil no Haiti, para a concessão de vistos até junho de 2014.

Amaral lembrou ainda que a preocupação em conter os coiotes e buscar a regularização dos imigrantes não se refere apenas aos haitianos, mas também aos senegaleses, dominicanos, nigerianos e cidadãos de Bangladesh, do Paquistão e Sri Lanka, que chegam ao Brasil por meio do Norte do país. Segundo ele, esse movimento migratório existe desde 2010, mas se intensificou nos últimos meses com a chegada dos haitianos.

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