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Brasil terá R$ 147 bi contra coronavírus; Canadá e UE fecham fronteiras; Gantz convida Netanyahu para formar governo

PAULO GUEDES: plano de 175 bilhões de reais para estimular a economia em meio ao coronavírus (Adriano Machado/Reuters)

PAULO GUEDES: plano de 175 bilhões de reais para estimular a economia em meio ao coronavírus (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2020 às 06h54.

Última atualização em 17 de março de 2020 às 07h34.

Brasil terá 147 bilhões de reais em plano contra coronavírus

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou no fim da tarde desta segunda-feira que o governo vai injetar 147 bilhões de reais na economia nos próximos três meses para blindar o país dos impactos do avanço do coronavírus. Do valor total do programa, 84 bilhões de reais serão direcionados só para os idosos. Conforme anunciado anteriormente, a primeira parcela do 13º terceiro dos aposentados e pensionistas será antecipada para abril. Também haverá recursos para adiantamento do abono salarial e inclusão de mais de 1 milhão de novas famílias no Bolsa Família. Outros 60 bilhões de reais irão para a manutenção de empregos. O plano é tirar das empresas a responsabilidade de pagar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do trabalhador por três meses. “Se a empresa está apertada, não é correto agora exigir que ela continue pagando isso daí”, disse Guedes em coletiva. As pequenas e médias empresas também ficam pelo mesmo período isentas de pagar o Simples, o que é estimado em 22 bilhões de reais de diferimento. O Sistema S ficará pelo mesmo período sem 50% das contribuições feitas pelo cidadão. Parte do recursa irá também para redução de tarifas de importação de produtos médico-hospitalares.

Aéreas reduzem novamente voos

Após ter anunciado na semana passada uma redução de 30% nos voos internacionais, as aéreas Azul e Latam anunciaram novos cortes nas rotas na segunda-feira. A Latam, com sede no Chile, informou que agora reduzirá seus voos não em 30%, mas em 70%, diante dos desdobramentos da epidemia do coronavírus. Os voos internacionais serão reduzidos em 90%, enquanto os domésticos terão diminuição de 40%. A Latam anunciou cancelamento de todos os seus voos internacionais com destino ao Brasil.  Já a Azul vai reduzir sua capacidade consolidada (que inclui os voos domésticos, até então pouco afetados) de 20% a 25% no mês de março, e entre 35% a 50% em abril e meses seguintes. Todos os voos internacionais, exceto os que partem de Campinas (SP), centro de operações da empresa, serão suspensos.

Mercado reduz estimativas para PIB, Selic e inflação

O mercado reduziu suas expectativas para a taxa básica de juros, a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto, mas passou a ver o dólar mais alto este ano, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira. O levantamento semanal apontou que a previsão é de um corte de 0,25 ponto percentual na Selic na reunião do Copom de quarta-feira, levando a taxa dos atuais 4,25% para 4,00%. Além disso os economistas passaram a ver a Selic a 3,75% no final deste ano, de 4,25% antes. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2020 foi reduzida em 0,31 ponto percentual, a 1,68%. Para o ano que vem, continua sendo esperada uma expansão de 2,50%. Para a inflação, a alta do IPCA passou a ser calculada em 3,10% e 3,65% respectivamente neste ano e no próximo, de 3,20% e 3,75% na semana anterior. O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

PDV no Cinemark

A rede de cinemas Cinemark ofereceu a seus trabalhadores no Rio de Janeiro propostas de plano de demissão voluntária para o período em que os cinemas ficarão fechados. O governo do Rio de Janeiro decidiu na última sexta-feira, 13, fechar por 15 dias salas de cinemas e teatros para evitar a disseminação do novo coronavírus. São duas propostas feitas pela rede, e os trabalhadores terão 24 horas para escolher uma delas, segundo o presidente Sindicato dos Empregados de Empresas Teatrais e Cinematográficos do Rio de Janeiro, Paulo Balmant. A rede de cinema Kinoplex também colocou os funcionários em férias coletivas, segundo Balmant.

UE restringe acesso por 30 dias

A Comissão Europeia anunciou que irá pedir aos países que restrinjam viagens não essenciais ao bloco pelo período de 30 dias, podendo estender a medida se necessário, em uma nova tentativa de conter a epidemia do novo coronavírus. O anúncio foi feito nesta segunda-feira pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Quanto menos viagens, mais podermos conter o vírus. Portanto, acabei de informar nossos parceiros do G7 que proponho para todos os chefes de Estado e governo a restrição de qualquer viagem não essencial para a União Europeia”, disse a presidente da Comissão. Ainda de acordo com ela, a medida deverá vigorar por 30 dias, podendo ser estendida, se necessário. A restrição não irá se aplicar aos familiares de cidadãos ou estrangeiros residentes do bloco, assim como médicos, enfermeiros e pessoas envolvidas no transporte de produtos para a União Europeia.

“Você pode comandar um país do G7 de casa”

Além da UE, o Canadá também anunciou restrição de fronteiras na segunda-feira para estrangeiros que não são residentes permanentes — com exceção dos vizinhos dos Estados Unidos. O premiê canadense Justin Trudeau, que está em quarentena desde a última quarta-feira, 11, depois que sua esposa testou positivo para o novo coronavírus, vem realizando todas as tarefas em sua casa. No período de isolamento, ele já anunciou o fechamento de escolas e falou duas vezes por telefone com o presidente americano, Donald Trump. “Você pode comandar um país do G7 de casa”, disse um oficial do governo à agência Reuters. Estar em quarentena foi “uma incoveniência e de certa forma frustrante”, disse Trudeau. “Somos todos seres sociais. Mas temos de fazer isso.” O Canadá tem 439 casos de coronavírus e quatro mortes reportadas até agora.

Gantz convida Netanyahu para formar governo

O líder de oposição israelense Benny Gantz foi encarregado oficialmente nesta segunda-feira de tentar formar o próximo governo do país, e pediu ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que se junte a ele em uma administração unida. Em um golpe duro para Netanyahu, que havia declarado vitória na eleição de 2 de março, 61 dos 120 membros do Parlamento expressaram apoio a Gantz, líder do partido de centro Azul e Branco, em consultas com o presidente de Israel, Reuven Rivlin, no domingo. Em uma cerimônia televisionada, Rivlin deu a Gantz 28 dias, com a opção de uma prorrogação de duas semanas, para montar uma coalizão de governo.

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