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Brasil sofre com atrasos em voos e problemas em aeroportos antes da greve

Mais de 30% dos voos nacionais e internacionais desta quarta atrasaram; greve programada para amanhã pode piorar situação

Disputa entre trabalhadores e empresas por aumento pode causar mais atrasos na quinta (Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2010 às 17h16.

Rio de Janeiro - Passageiros das companhias aéreas brasileiras sofreram nesta quarta-feira com atrasos e outros problemas em vários aeroportos, um dia antes da greve anunciada pelos sindicatos de pilotos e outros trabalhadores do setor para reivindicar aumentos salariais.

Até às 16h (horário de Brasília), 30% dos 1.695 voos nacionais e 35,4% dos 113 internacionais programados em todo Brasil haviam experimentado atrasos, enquanto 71 voos foram cancelados, segundo dados da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

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No Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, a principal porta de entrada do país, 50,7% dos voos nacionais e 39,7% dos internacionais estavam atrasados neste horário.

Nos principais aeroportos brasileiros, a imagem mais repetida pelas emissoras de televisão eram as longas filas em frente aos balcões das companhias aéreas, que podem piorar drasticamente caso os sindicatos cumpram a ameaça de iniciar uma greve nesta quinta-feira.

Dezenas de trabalhadores fizeram manifestações nesta quarta-feira na entrada dos aeroportos Santos Dumont, do Rio de Janeiro, e de Confins, em Belo Horizonte, para preparar os motores antes da greve.

O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeroviários, (SNA), Marcelo Schmidt, afirmou que a concentração foi um "aquecimento espontâneo".

"Dada a proposta indecente de 0,5% de aumento real feita ontem, fomos convocados para realizar uma chamada blitz greve (greve relâmpago) hoje", disse o representante sindical, em declarações à "Agência Brasil".

Schmidt explicou que os sindicatos "esperam" uma convocação da patronal nesta quinta-feira, antes do início da greve, que está prevista para as 6h, e avisou que a resposta dos trabalhadores será "dura", embora disse que não desejam prejudicar os viajantes.

"A gente espera que os passageiros cheguem ao seu destino amanhã, já que a ideia não é prejudicá-los. Mas a responsabilidade é das empresas aéreas".

O Ministério do Trabalho manteve nesta terça-feira uma reunião com os representantes dos sindicatos, mas não houve acordo.

Os sindicatos pedem um reajuste superior à inflação, que esteja de acordo com os "lucros espetaculares" que as companhias aéreas registraram em 2010.

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