Brasil, EUA e Bolívia assinam acordo sobre coca
Países querem verificar a destruição de plantações ilegais da folha de coca, base para fabricar cocaína
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2012 às 07h48.
La Paz - Os governos de Brasil, Estados Unidos e Bolívia assinaram nesta sexta-feira em La Paz um acordo para verificar, com a ONU como observador, a destruição de plantações ilegais da folha de coca, base para fabricar cocaína, após várias tentativas fracassadas de subscrevê-lo durante quase um ano.
O encarregado de Negócios da embaixada dos EUA em La Paz, John Creamer, declarou à imprensa sua satisfação com a assinatura do convênio tripartite que, segundo disse, 'é um passo muito importante na luta contra o narcotráfico'.
'O projeto tem o fim de melhorar a capacidade técnica da Bolívia de monitorar os cultivos excedentes de coca e promover a coordenação técnica e científica entre os países signatários', explicou Creamer, máximo representante dos EUA na Bolívia após a expulsão do embaixador Philip Goldberg em 2008.
Por seu lado, o embaixador brasileiro Marcel Fortuna Biato assinalou que o acordo inclui países 'que têm um papel-chave' na luta antidrogas: 'O Brasil como país vizinho, com uma longa fronteira e uma agenda de integração muito forte com a Bolívia, e os EUA, com uma atuação tradicional forte de cooperar com a Bolívia'.
Washington dotará Bogotá de equipamentos de medição de alta precisão e capacitará o pessoal que os operará, enquanto que o Brasil fornecerá imagens de satélite e tecnologia para interpretá-las.
A assinatura do acordo foi anunciada pela primeira vez em março de 2011, mas suspensa desde então em cinco ocasiões, enquanto eram feitos ajustes ao conteúdo do documento.
O governo do presidente Evo Morales aceitou a ajuda dos EUA apesar de em 2008 também ter expulsado a agência antidroga americana (DEA) com o argumento que essa entidade e o embaixador Goldberg conspiravam contra ele, algo negado tanto pelo diplomata como por seu governo.
O ministro de governo (Interior), Wilfredo Chávez, assinalou, por sua vez, que se buscou que o acordo deixe estabelecidos o respeito à folha de coca e 'à soberania do Estado' boliviano.
Ele destacou que a assinatura do documento ocorre em um momento em que a Bolívia 'assumiu uma medida histórica' em defesa da mastigação da coca ou 'acullico', a propósito do abandono que fez este mês seu país da Convenção Única sobre Entorpecentes de 1961 da ONU, porque ela penaliza esse costume indígena.
Segundo Chávez, essa decisão 'de nenhuma maneira embarga a posição boliviana de continuar permanentemente cumprindo as obrigações' de luta contra o narcotráfico enquanto o país espera a decisão da ONU para seu pedido de readmissão na Convenção com reservas sobre a proibição da mastigação da coca.
A Bolívia é o terceiro produtor mundial de folha de coca e de cocaína, depois de Peru e Colômbia, e é o principal distribuidor do narcótico aos países do Cone Sul, segundo dados da ONU.
Segundo números divulgados pela ONU em setembro do ano passado, a Bolívia contava em 2010 com 31 mil hectares de coca, 22% mais que as 25.400 que havia antes de Evo Morales chegar ao poder em 2006.
A oposição acusou o presidente várias vezes de ser tolerante com o aumento dos cultivos de coca porque é máximo chefe dos principais sindicatos cocaleiros do país.
La Paz - Os governos de Brasil, Estados Unidos e Bolívia assinaram nesta sexta-feira em La Paz um acordo para verificar, com a ONU como observador, a destruição de plantações ilegais da folha de coca, base para fabricar cocaína, após várias tentativas fracassadas de subscrevê-lo durante quase um ano.
O encarregado de Negócios da embaixada dos EUA em La Paz, John Creamer, declarou à imprensa sua satisfação com a assinatura do convênio tripartite que, segundo disse, 'é um passo muito importante na luta contra o narcotráfico'.
'O projeto tem o fim de melhorar a capacidade técnica da Bolívia de monitorar os cultivos excedentes de coca e promover a coordenação técnica e científica entre os países signatários', explicou Creamer, máximo representante dos EUA na Bolívia após a expulsão do embaixador Philip Goldberg em 2008.
Por seu lado, o embaixador brasileiro Marcel Fortuna Biato assinalou que o acordo inclui países 'que têm um papel-chave' na luta antidrogas: 'O Brasil como país vizinho, com uma longa fronteira e uma agenda de integração muito forte com a Bolívia, e os EUA, com uma atuação tradicional forte de cooperar com a Bolívia'.
Washington dotará Bogotá de equipamentos de medição de alta precisão e capacitará o pessoal que os operará, enquanto que o Brasil fornecerá imagens de satélite e tecnologia para interpretá-las.
A assinatura do acordo foi anunciada pela primeira vez em março de 2011, mas suspensa desde então em cinco ocasiões, enquanto eram feitos ajustes ao conteúdo do documento.
O governo do presidente Evo Morales aceitou a ajuda dos EUA apesar de em 2008 também ter expulsado a agência antidroga americana (DEA) com o argumento que essa entidade e o embaixador Goldberg conspiravam contra ele, algo negado tanto pelo diplomata como por seu governo.
O ministro de governo (Interior), Wilfredo Chávez, assinalou, por sua vez, que se buscou que o acordo deixe estabelecidos o respeito à folha de coca e 'à soberania do Estado' boliviano.
Ele destacou que a assinatura do documento ocorre em um momento em que a Bolívia 'assumiu uma medida histórica' em defesa da mastigação da coca ou 'acullico', a propósito do abandono que fez este mês seu país da Convenção Única sobre Entorpecentes de 1961 da ONU, porque ela penaliza esse costume indígena.
Segundo Chávez, essa decisão 'de nenhuma maneira embarga a posição boliviana de continuar permanentemente cumprindo as obrigações' de luta contra o narcotráfico enquanto o país espera a decisão da ONU para seu pedido de readmissão na Convenção com reservas sobre a proibição da mastigação da coca.
A Bolívia é o terceiro produtor mundial de folha de coca e de cocaína, depois de Peru e Colômbia, e é o principal distribuidor do narcótico aos países do Cone Sul, segundo dados da ONU.
Segundo números divulgados pela ONU em setembro do ano passado, a Bolívia contava em 2010 com 31 mil hectares de coca, 22% mais que as 25.400 que havia antes de Evo Morales chegar ao poder em 2006.
A oposição acusou o presidente várias vezes de ser tolerante com o aumento dos cultivos de coca porque é máximo chefe dos principais sindicatos cocaleiros do país.