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Bolsonaro tem alta e pega avião para Brasília após 17 dias internado

O presidente pegou um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para Brasília com previsão de chegada por volta de 14h30

Presidente Jair Bolsonaro deixa o Hospital Albert Einstein. Foto: Presidência da República (Presidência da República/Divulgação)

João Pedro Caleiro

Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 12h30.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2019 às 14h25.

São Paulo - O presidente Jair Bolsonaro teve alta no início da tarde desta quarta-feira (13) e deixou o Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo por volta do 12h20 após 17 dias de internação.

Acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro e de assessores, ele partiu em um comboio em direção ao Aeroporto de Congonhas.

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Cerca de dez carros, acompanhados de batedores da Polícia do Exército e carros da Rota fizeram a segurança do presidente. Um helicóptero da Polícia Militar também auxiliou na segurança.

O presidente pegou um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para Brasília com previsão de chegada por volta de 14h30.

Bolsonaro vai direto para o Palácio do Alvorada, sua residência oficial, mas não tem previsão de compromissos para o dia de hoje.

As informações foram confirmadas por Otávio do Rêgo Barros, porta-voz da Presidência, em coletiva de imprensa.

O boletim do hospital afirma que o presidente tem "quadro pulmonar normalizado" e está sem dor, sem febre e com sua função intestinal restabelecida.

O porta-voz destacou que em nenhum momento houve suspeita de câncer, desmentindo boatos que circularam nas redes sociais.

Histórico

Bolsonaro deu entrada no hospital em 27 de janeiro e, inicialmente, deveria ficar 10 dias internado. Mas ele sofreu uma pneumonia, que foi tratada com novos antibióticos e, de acordo com o boletim, ela foi debelada. A cirurgia de retirada da bolsa de colostomia durou cerca de sete horas.

Foi a terceira cirurgia a que Bolsonaro se submeteu nos últimos meses desde que sofreu uma facada em um evento de campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG) em setembro.

Inicialmente, Bolsonaro foi submetido a uma operação de emergência na cidade mineira para estancar sangramentos nos intestinos grosso e delgado e em uma veia abdominal e para a colocação da bolsa de colostomia. Posteriormente, passou por novo procedimento por causa de aderências na parede intestinal.

Veja a nota completa do hospital:

"São Paulo, 13 de fevereiro de 2019 - 12:45

​O excelentíssimo Presidente da República, Jair Bolsonaro, permaneceu internado no Hospital Israelita Albert Einstein entre os dias 27 de janeiro e 13 de fevereiro.

A programação da cirurgia eletiva de reconstrução do trânsito intestinal iniciou no dia 27 de janeiro com a avaliação clínica pré- operatória, exames laboratoriais e de imagem, encontrando-se apto para o procedimento.

Na manhã seguinte, o paciente foi submetido a uma cirurgia bem-sucedida de reconstrução do trânsito intestinal e extensa lise de aderências decorrentes das duas cirurgias anteriores. Foi realizada anastomose do íleo com o cólon transverso, que é a união do intestino delgado com o intestino grosso. O procedimento teve duração de 7 horas, ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue. O resultado final do anátomo-patológico evidenciou serosite crônica, sem outras anormalidades.

Devido ao episódio de náusea e vômito em 2 de fevereiro, o paciente passou a usar uma sonda nasogástrica. Apresentou na noite de 3 de fevereiro elevação da temperatura (37,3 °C) e alteração de alguns exames laboratoriais. Foi iniciada antibioticoterapia de amplo espectro empiricamente e realizados novos exames de imagem. Identificou-se uma coleção líquida aolado do intestino, na região da antiga colostomia. Foi submetido à punção guiada por ultrassonografia e um dreno foi colocado no local. O paciente se manteve sem dor, afebril e em jejum oral. A coleção drenada era sero-hemática e não houve crescimento bacteriano, não configurando infecção.

Nos dias seguintes, houve melhora do seu estado de saúde com redução da coleção líquida no abdome e aumento da  movimentação intestinal. Isso possibilitou o início de ingestão de líquidos por via oral em associação à nutrição parenteral.

Em 6 de fevereiro, teve episódio isolado de febre sem outros sintomas associados, sendo submetido à tomografia de tórax e abdome que evidenciou boa evolução do quadro intestinal e imagem compatível com pneumonia. Essa pneumonia não era associada à ventilação mecânica e possivelmente decorreu de microaspiração de conteúdo gástrico. Foi realizado um ajuste na antibioticoterapia e mantidos os demais tratamentos.

Nos dias posteriores, a evolução clínica foi considerada boa, sem disfunções orgânicas e com melhora dos exames laboratoriais. O dreno colocado no seu abdome foi retirado pela equipe de radiologia intervencionista em 8 de fevereiro, quatro dias após sua introdução.

Devido à melhora do quadro intestinal e boa receptividade à dieta líquida, a sonda nasogástrica também foi retirada.

O quadro pulmonar progrediu de forma positiva, assim como os exames laboratoriais. Com a evolução da movimentação intestinal e aceitação da dieta líquida, foi iniciada uma dieta cremosa. A nutrição parenteral foi sendo reduzida gradativamente até sua suspensão em 11 de fevereiro, quando foi iniciada uma dieta leve e mantido o suplemento nutricional.

Durante o período de internação, realizou exercícios de fisioterapia respiratória e motora, com períodos de caminhada fora do quarto. Medidas de prevenção de trombose venosa também foram adotadas.

Recebeu alta nesta manhã com o quadro pulmonar normalizado, sem dor, afebril, com função intestinal restabelecida e dieta leve por via oral.

Médicos Responsáveis:​Dr. Antônio Luiz Macedo, cirurgião e médico titular
Dr. Leandro Echenique, cardiologista
Dr. Luis Fernando Aranha, infectologista
Dra. Carmen Silvia Valente Barbas, pneumologista
Dr. Celso Cukier, nutrólogo
Diretor Superintendente:​Dr. Miguel Cendoroglo, Diretor Superintendente do Hospital Israelita Albert Einstein"

(Com Agência Brasil e Reuters)

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