Brasil

Bolsonaro pediu à PF que investigue deputado Luis Miranda, diz Onyx

Parlamentar disse ter entregue provas de superfaturamento e outras irregularidades nas negociações pela Covaxin, além de pressão pela compra da vacina

Ministro da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni (Adriano Machado/Reuters)

Ministro da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni (Adriano Machado/Reuters)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 23 de junho de 2021 às 19h37.

Última atualização em 23 de junho de 2021 às 19h37.

O presidente Jair Bolsonaro pediu à Polícia Federal que abra uma investigação sobre as declarações do deputado Luis Miranda (DEM-DF), que disse ter alertado o governo federal a respeito de fraude e pressão sofrida por servidores para a compra da vacina Covaxin. A informação foi anunciada pelo ministro da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, nesta quarta-feira, 23.

Bolsonaro pede que a PF investigue o deputado e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde que teria apontado irregularidades nas negociações pela vacina, por denunciação caluniosa e fraude processual. "Além disso, será investigado o servidor por prevaricação",  já que ele não relatou as suspeitas ao chefe imediato, disse Onyx.

O governo federal também pedirá a abertura de um procedimento administrativo disciplinar junto à Controladoria-Geral da União (CGU) "para investigar a conduta do servidor", afirmou o ministro. Segundo ele, há indícios de adulteração de documentos. "Vamos solicitar perícia do documento à PF", anunciou. "O que foi feito hoje é, no mínimo, denunciação caluniosa", reforçou.

Luis Ricardo Miranda afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que entregou a Bolsonaro provas de superfaturamento e outras irregularidades nas negociações pela Covaxin, além de pressão pela compra da vacina. Teriam sido relatados, por exemplo, problemas de desvio de conduta, nota fiscal irregular e pedido de pagamento antecipado não previsto pelo contrato.

Segundo Onyx, "não houve favorecimento a ninguém" nem sobrepreço na compra da vacina indiana, ao contrário do que alega Luis Miranda. "Tem gente que não sabe fazer conta", disse o ministro. "Não existe nenhuma irregularidade, existe o trabalho correto que foi feito pelo ministro Pazuello", afirmou.

Onyx afirmou que Luis Miranda mente e que o irmão do deputado adulterou o documento usado para fazer a denúncia. Além disso, segundo o ministro, a empresa que teria sido apontada como intermediária para a compra da vacina é uma subsidiária da Bharat Biotech, produtora do imunizante.

“Deus está vendo, mas o senhor não vai se entender só com Deus, não. Vai se entender com a gente também. Se o senhor achava que ia conseguir luz e talvez apoio para uma tentativa de eleição, o senhor se enganou", disse Onyx, em recado ao deputado Luis Miranda.

 

 

Acompanhe tudo sobre:CGUGoverno BolsonaroPolícia Federalvacina contra coronavírus

Mais de Brasil

Quem são as vítimas da queda de avião em Gramado?

“Estado tem o sentimento de uma dor que se prolonga”, diz governador do RS após queda de avião

Gramado suspende desfile de "Natal Luz" após acidente aéreo

Lula se solidariza com familiares de vítimas de acidente aéreo em Gramado