Bolsonaro não se opõe em tirar Coaf de Moro e devolver à pasta da Economia
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Justiça e Segurança Pública da era um dos pedidos de Moro para assumir o cargo
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de abril de 2019 às 13h07.
Última atualização em 25 de abril de 2019 às 13h14.
Brasília — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 25, que não se opõe em devolver o Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( Coaf ) para o Ministério da Economia. O órgão pertencia ao então Ministério da Fazenda e, com a Medida Provisória 870, que reduziu o número de ministérios do governo, passou a estar subordinado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado por Sérgio Moro. O Coaf era um dos pedidos de Moro para assumir a Pasta.
Em café da manhã com jornalistas, para o qual o jornal O Estado de S. Paulo foi convidado, Bolsonaro disse que está preocupado com a prazo de votação da Medida Provisória, que está perto de caducar. A MP vence em 3 de junho. Em conversa com o senador Fernando Bezerra Coelho, que é o relator da MP, Bolsonaro diz ter ouvido o relato de que havia alguns problemas na matéria, entre eles essa mudança do Coaf para a Justiça.
"Não me oponho em voltar o Coaf para o Ministério da Economia, apesar do Paulo Guedes estar com muita coisa. Falei hoje com o Fernando Bezerra sobre o assunto. Tem um ponto ou outro. Se não aprovar será uma bagunça. Teremos que ter mais sete ministros", afirmou o presidente, sugerindo que a consequência disso será do Congresso.
A medida, um dos primeiros atos do governo, diminuiu o número de ministérios de 29 para 22 e reorganizou as atribuições do Executivo.
Com a MP, as funções do Coaf foram mantidas. O órgão tem como principal função examinar e identificar possíveis práticas relacionadas à lavagem de dinheiro, corrupção e financiamento do terrorismo, alertando as autoridades competentes por meio de relatórios.
O Coaf ganhou destaque no noticiário nos últimos meses após apontar transferências atípicas de recursos por parte de Fabrício Queiroz, um ex-assessor de Flávio Bolsonaro, filho do presidente.