Bolsonaro: Governo monitora reuniões e prepara Exército para protestos
Presidente afirma que protestos no Chile não são reivindicação, mas sim terroristas; ele afirma que Defesa traça plano para reprimir atos semelhantes
Clara Cerioni
Publicado em 25 de outubro de 2019 às 11h27.
Última atualização em 25 de outubro de 2019 às 11h31.
Pequim — O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo tem monitorado reuniões para se antecipar a possíveis manifestações no Brasil. Embora o direito ao protesto seja garantido pela Constituição, o presidente considera que os atos só são legais "quando você reivindica respeitando o direito do próximo".
Bolsonaro também voltou a demonstrar preocupação com os protestos no Chile, que classificou como atos terroristas.
"Praticamente todos os países da América do Sul tiveram problema. O do Chile foi gravíssimo. Gravíssimo. Aquilo não é manifestação nem reivindicação. São atos terroristas", declarou o mandatário brasileiro durante conversa com jornalistas, em Pequim (China).
Bolsonaro reforçou que tem mantido conversas com o Ministério da Defesa para, além do monitoramento, ter as tropas "preparadas" para reprimir protestos semelhantes aos do Chile no Brasil.
"Tenho conversado com a Defesa nesse sentido, a tropa tem que estar preparada porque, ao ser acionada por um dos três Poderes, de acordo com o artigo 142, estarmos em condição de fazer a manutenção de lei e da ordem."
O presidente disse que recebeu vários informes sobre como os manifestantes se organizam, além de possíveis reuniões e atos preparatórios para atos contrários ao governo que ele considera "não legais".
"Porque as manifestações são legais, tudo bem, quando você reivindica respeitando o direito do próximo", afirmou.
Vazamento também é ato terrorista
O presidente também classificou como ato terrorista o vazamento de petróleo na costa brasileira — caso fique comprovado que foi um ato intencional.
Ao ser questionado sobre uma publicação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que vincula o Greenpeace ao episódio, Bolsonaro disse que a instituição internacional “só atrapalha” o governo.
“Esse Greenpeace só nos atrapalha. Não sei o que ele (Salles) falou, tenho que conversar com ele para entrar em detalhes, mas o Greenpeace só nos atrapalha, não nos ajuda em nada”, disse o presidente.