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"Bolsonaro foi instrumento" da democracia aos que enganam, diz procurador

O procurador lembrou do peso do voto "anti-petista" na eleição de Bolsonaro e citou os esquemas de corrupção, combatidos pela Lava Jato

. (Heuler Andrey/Reuters)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 21h31.

São Paulo - O procurador regional da República Carlos dos Santos Lima, o decano da Operação Lava Jato em Curitiba, se posicionou sobre a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República. "A democracia pune aqueles que enganam o povo, é Bolsonaro hoje foi um instrumento dessa punição."

Em seu perfil no Facebook, o decano da Lava Jato - que deixou a força-tarefa há dois meses para se aposentar - escreveu que "agora é hora de mostrar que é possível algo diferente, dentro das regras constitucionais". "Pois se não muitos perderão a confiança de que é possível um governo justo, honesto e para toda a população", escreveu.

Um dos porta-vozes da Lava Jato, ao lado do coordenador do grupo, procurador Deltan Dallganol, Carlos Lima chegou a ser alvo de ação movida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - preso e condenado em Curitiba - por suas declarações.

"O difícil não é saber perder, o difícil é saber ganhar, diz uma música que gosto muito. Hoje Bolsonaro ganhou a eleição para presidente com uma margem que não deixa dúvidas quanto à decisão da maioria da população."

O procurador lembrou do peso do voto "anti-petista" na eleição de Bolsonaro e citou os esquemas de corrupção, combatidos pela Lava Jato. "Agora é esperar que o capitão reformado e deputado federal não seja arrogante e compreenda que os votos que o tornaram presidente não foram porque a maioria dos eleitores o acha um mito, ou sequer porque tem certeza das reais propostas de sua candidatura, mas apenas porque reapresentou o voto anti-PT", escreveu.

"O país não aceita mais que lhe vendam esperança e no governo lhe entreguem mais do mesmo esquema político corrupto de sempre."

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