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Bolsonaro fará pronunciamento e pode cancelar manifestações de domingo

O tema do anúncio não foi informado, mas segundo a deputada Bia Kicis (PSL-DF), o presidente deve pedir para que as pessoas deixem de ir às ruas

Jair Bolsonaro: presidente falará por cerca de 4 minutos às 20h30 (Adriano Machado/Reuters)

Jair Bolsonaro: presidente falará por cerca de 4 minutos às 20h30 (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de março de 2020 às 17h59.

Última atualização em 12 de março de 2020 às 18h02.

A Empresa Brasileira de Comunicação informou que está convocada rede nacional obrigatória de emissoras de televisão e rádio para a noite desta quinta-feria, 12, para pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro. A fala está marcada para começar às 20h30 e deve ter duração de 4 minutos aproximadamente.

O tema do pronunciamento não foi informado. Mas, segundo a deputada Bia Kicis (PSL-DF), o presidente Bolsonaro deve pedir para que as pessoas deixem de ir às ruas no domingo e, com isso, cancelar a manifestação pró-governo, agendada para esse dia.

A decisão pelo pronunciamento se dá depois do avanço dos casos de coronavírus. O próprio presidente está com suspeita de ter contraído a doença e aguarda o resultado do exame, que deve sair nesta sexta-feira, 13.

A deputada e outros aliados do presidente defendem o cancelamento da manifestação. Se o pronunciamento se concretizar o grupo deve seguir o presidente e ir às redes sociais para se posicionar publicamente sobre o assunto.

"Seria prudente postergar. (coronavírus) Está tomando uma proporção que não imaginávamos e, apesar de querermos ir pra rua a saúde e a integridade física das pessoas está em primeiro lugar", disse o vice-líder do governo na Câmara, deputado Carlos Jordy (PSL-RJ). Jordy também acredita que Bolsonaro deve se posicionar pelo cancelamento do ato.

O deputado Bibo Nunes (PSL-RS) também pede a suspensão do protesto. "É um momento grave para a saúde do Brasil. Será bom para imagem do presidente se o ato for cancelado. Depois vão surgir novos casos e vão colocar a culpa nas manifestações", disse.

Kicis tem defendido cautela. "Temos de ter responsabilidade", diz sobre possibilidade de cancelar atos. A deputada procurou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, nesta manhã, para entender os riscos de se manter a manifestação e deve conversar com outras autoridades sobre o assunto. "Falei com o ministro e a previsão é que na próxima semana aumente muito o número de casos de coronavírus no Brasil. Diante disso temos de tomar muito cuidado", afirmou.

"Embora muitas pessoas estejam pedindo para manter (o evento), o mais importante agora é ter responsabilidade. Queremos fazer tudo com muito cuidado", disse a deputada.

Ligada aos movimentos das ruas, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) também tem defendido cautela e disse que aguarda posicionamento do Ministério da Saúde.

A manifestação chegou a ser convocada pelo presidente Jair Bolsonaro e também pela Secretaria de Comunicação do governo. Em vídeo publicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Twitter, o presidente afirmou que a manifestação é "espontânea" e "pró-Brasil", e não contra o Congresso ou o Judiciário. "Participem e cobrem de todos nós o melhor para todo o Brasil", declarou em evento em Boa Vista, Roraima, antes de viajar para Miami, nos Estados Unidos.

O presidente já havia chamado, por WhatsApp, aliados para participarem do ato, conforme revelado pela colunista do Estado e editora do BR Político, Vera Magalhães, o que resultou em uma semana de crise entre Legislativo e Executivo.

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