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Bolsonaro entra de vez na campanha e defende voto em Russomanno e Crivella

Ao longo dos últimos meses, Bolsonaro afirmou por várias vezes que não apoiaria candidatos específicos nas eleições municipais

Bolsonaro e Crivella: Bolsonaro recebeu Crivella no Palácio da Alvorada e gravou um vídeo de apoio ao prefeito (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Bolsonaro e Crivella: Bolsonaro recebeu Crivella no Palácio da Alvorada e gravou um vídeo de apoio ao prefeito (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 30 de outubro de 2020 às 16h27.

O presidente Jair Bolsonaro usou sua tradicional live de quinta-feira para, pela primeira vez, defender abertamente candidatos a prefeito, com apoio explícito a Celso Russomanno (Republicanos), em São Paulo, e uma defesa mais tímida de voto em Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio de Janeiro.

"Estamos aqui com CR10, Celso Russomanno, em São Paulo. Eu conheço ele há muito tempo. Foi deputado federal comigo. E eu sou capitão do Exército, né? Ele aqui é tenente R2 da Aeronáutica. Então, um capitão do Brasil e um tenente na prefeitura de São Paulo", disse. "Então, Celso Russomanno é minha pedida para São Paulo. Quem não escolheu ainda, se puder escolhê-lo, a gente agradece aí."

O apoio a Crivella, que tenta a reeleição mas corre o risco de não chegar ao segundo turno no Rio de Janeiro, foi menos enfático. Bolsonaro disse que iria indicar "um nome que dá polêmica, porque o Rio de Janeiro sempre é polêmico", que estava com Crivella, mas que não iria fazer críticas ao "outro candidato", que seria "bom administrador", referindo-se a Eduardo Paes (DEM), que lidera as pesquisas eleitorais com uma boa margem.

 

"Que não tenha muita polêmica, se você não quiser votar nele (Crivella), fique tranquilo, tá certo, não vamos criar polêmica, não vamos brigar entre nós por causa disso daí porque eu respeito os seus candidatos também", afirmou.

Nesta sexta, antes de viajar para o Guarujá, onde passa o feriado, Bolsonaro recebeu Crivella no Palácio da Alvorada e gravou um vídeo de apoio ao prefeito. Depois, falou por telefone com Russomanno. Ao conversar com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, voltou a defender o nome dos dois candidatos.

“Eu comparo os municípios do Brasil com as células do corpo humano, quanto mais células boas melhor é para o corpo como um todo do Brasil”, disse.

Bolsonaro afirmou ainda que não pode se empenhar mais nas campanhas e nem ir aos municípios, mas pode apoiar pelas mídias sociais.

Apesar de seus dois candidatos estarem em segundo lugar --no caso de Crivella, em empate numérico com Martha Rocha (PDT)-- e terem as maiores rejeições, afirmou esperar uma vitória nas duas cidades.

“Eu acho que vai ter segundo turno (no Rio de Janeiro),assim como em São Paulo, e a gente vai ganhar nos dois municípios”, disse.

Ao longo dos últimos meses, Bolsonaro afirmou por várias vezes que não apoiaria candidatos específicos, especialmente no primeiro turno, mas poderia entrar nas campanhas no segundo turno para ajudar a decidir a favor de nomes de seu grupo político, especialmente Crivella e Russomanno.

A pressão sobre os dois candidatos nas maiores capitais do país antecipou o apoio. De acordo com a última pesquisa Datafolha, Crivella aparece em segundo lugar, mas empatado em 13% das intenções de voto com a candidata do PDT, Martha Rocha, enquanto Eduardo Paes está em primeiro, com 28%.

No entanto, a rejeição do atual prefeito é a maior entre todos os candidatos: 58% dos entrevistados disseram que não votariam em Crivella de jeito nenhum, enquanto a rejeição a Martha é de apenas 7%. Paes, que também já foi prefeito do Rio, tem 31% de rejeição.

Já em São Paulo, Russomanno aparece em segundo lugar, atrás do atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), com 20% das intenções de voto. No entanto, entre as pesquisas do dia 8 e do dia 22 de outubro, Russomanno perdeu 7 pontos percentuais e também tem a maior rejeição entre os candidatos paulistanos, 38%.

Tanto Crivella quando Russomanno tentam colar suas candidaturas em Bolsonaro, apoiados no crescimento da aprovação do presidente, para tentar melhorar suas posições.

No entanto, o Datafolha mostrou que, ao menos em São Paulo, o apoio pode não ajudar. Em pesquisa feita no início do mês, 63% dos entrevistados afirmaram que não votariam de jeito nenhum em um candidato apoiado por Bolsonaro.

Outros candidatos

Em sua live, Bolsonaro ainda defendeu outras candidaturas pelo país, nomes que já tinha falado em conversas com apoiadores que são veiculadas depois por canais bolsonaristas na internet. Entre eles, Ivan Sartori (PSD) em Santos, Coronel Menezes (Patriota), em Manaus, e Bruno Engler (PRTB), em Belo Horizonte. Nenhum deles tem qualquer chance de chegar ao segundo turno, de acordo com as pesquisas.

Do lado oposto, Bolsonaro também aproveitou para atacar a candidatura de Manuela D'Ávila (PCdoB), em Porto Alegre. A ex-candidata a vice-presidente na chapa com Fernando Haddad (PT) em 2018 lidera todas as pesquisas e nas simulações também vence dos demais candidatos no segundo turno.

"Uma candidata do PCdoB está lá na frente? Pensa nas consequências. Vejam o que esse partido defende, os problemas que esse partido cria para a família tradicional brasileira", disse o presidente. "É um apelo que eu faço para Porto Alegre. Não vou indicar ninguém, vocês são livres para votar. Agora, votar em uma candidata do PCdoB acho que é o fim da picada."

Na capital gaúcha, o candidato da base bolsonarista, João Derly (Republicanos), tem apenas 3% das intenções de voto.

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