Exame Logo

Bolsonaro diz que hora de quem está "se achando" vai chegar

Bolsonaro escancarou seu descontentamento com o ministro da Saúde na última semana, quando disse que falta "humildade" a Luiz Henrique Mandetta

Jair Bolsonaro: em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, ele disse que "algo subiu na cabeça" de pessoas do seu governo (Adriano Machado/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de abril de 2020 às 06h31.

Última atualização em 6 de abril de 2020 às 06h47.

Em meio a uma disputa e divergências com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre estratégia para combate ao novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro mandou uma série de recados na tarde deste domingo, 5.

Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, ele disse que "algo subiu na cabeça" de pessoas do seu governo, mas que a "hora deles vai chegar". "A minha caneta funciona", afirmou Bolsonaro, sem mencionar nomes.

Veja também

"Algumas pessoas no meu governo, algo subiu a cabeça deles. Estão se achando. Eram pessoas normais, mas de repente viraram estrelas. Falam pelos cotovelos. Tem provocações. Mas a hora deles não chegou ainda não. Vai chegar a hora deles. A minha caneta funciona. Não tenho medo de usar a caneta nem pavor. E ela vai ser usada para o bem do Brasil, não é para o meu bem. Nada pessoal meu. A gente vai vencer essa", declarou o presidente.

Bolsonaro escancarou seu descontentamento com Mandetta na última semana. O presidente disse que falta "humildade" ao ministro e, embora tenha afirmado que não pretende dispensá-lo "no meio da guerra", ressaltou que ninguém é "indemissível" em seu governo.

O protagonismo do auxiliar diante da crise envolvendo a pandemia do coronavírus já vinha incomodando o presidente há algum tempo. Questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre as declarações de Bolsonaro feitas na última quinta-feira, 2, Mandetta respondeu: "Trabalho, lavoro, lavoro", repetindo a palavra que significa "trabalho" em italiano.

No dia seguinte às declarações do chefe, Mandetta disse que continuaria no governo, afirmando que um médico não abandona o seu paciente. O incômodo de Bolsonaro não está restrito apenas à insistência de Mandetta em apoiar as quarentenas decretadas pelos Estados. O presidente também está extremamente irritado com o crescimento da popularidade de seu ministro, enquanto vê sua reprovação crescer entre a população, com atestam as pesquisas desta última semana.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusJair BolsonaroLuiz Henrique MandettaPolítica

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame