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Bolsonaro diz que Doria faz "jogo político" quanto à vacina chinesa

Presidente disse que governo federal não vai comprar lote de 46 milhões de doses da Coronavac, que já tem aplicação garantida pelo governo de SP

Jair Bolsonaro: "É um jogo político que, lamentavelmente, parece que ele (Doria) só sabe fazer isso" (Alan Santos/PR/Divulgação)

Jair Bolsonaro: "É um jogo político que, lamentavelmente, parece que ele (Doria) só sabe fazer isso" (Alan Santos/PR/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de outubro de 2020 às 14h53.

Última atualização em 21 de outubro de 2020 às 19h56.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 21, que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), faz um "jogo político" quanto às negociações para compra de uma vacina contra a covid-19.

O chefe do Executivo afirmou que Doria distorceu as palavras do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em videoconferência realizada ontem na qual foi assinado protocolo de intenção para compra de vacinas de origem chinesa, que seriam produzidas no Brasil pelo Instituto Butantan.

"É um jogo político que, lamentavelmente, parece que ele (Doria) só sabe fazer isso. Parece que é a última cartada dele na busca de popularidade e de resgatar tudo aquilo que ele perdeu durante a pandemia", disse o presidente em conversa com jornalistas em visita ao Centro Tecnológico da Marinha, em Iperó (SP). Bolsonaro destacou na entrevista que está "afinado" com Ministério da Saúde e que vacinas sem comprovação estão descartadas, informações além disso seriam "especulações".

"Grande parte das decisões tomadas pelo senhor João Doria não batiam com aquelas que eu gostaria de tomar caso eu não fosse tolhido pela Justiça", disse. Aliados durante a campanha de 2018 desde o início da pandemia, Bolsonaro e Doria têm divergido quanto às medidas de prevenção e combate à covid-19.

A última desavença, intensificada na semana passada, envolveu a vacina contra a doença. Doria defende a vacinação obrigatória, enquanto Bolsonaro tem dito que a imunização será voluntária.

O chefe do Executivo disse ainda que tem "zero" diálogo com o governador. "Eu não converso com uma pessoa que usou meu nome por ocasião das eleições e poucos meses depois começou a me atacar visando me desgastar e assim atrapalhar a política brasileira, pensando numa futura eleição", disse. E acrescentou: "Não dá para conversar com esse tipo de gente que não tem qualquer responsabilidade com a vida do próximo, a não ser consigo próprio."

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