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Bolsonaro chega a novo partido e defende privatização com limites

Bolsonaro deixa o PSC e migra para o PSL ao lado de outros deputados, incluindo seus filhos

Bolsonaro: Bolsonaro pediu que todos os presentes ficassem em posição de respeito e cantassem o Hino Nacional à capela (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

Bolsonaro: Bolsonaro pediu que todos os presentes ficassem em posição de respeito e cantassem o Hino Nacional à capela (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 7 de março de 2018 às 21h23.

Brasília - Em tom nacionalista e com citações a Deus e à família, o deputado federal e pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro recebeu as boas-vindas no PSL, legenda pela qual pretende disputar o Palácio do Planalto em outubro, e defendeu as privatizações, desde que setores estratégicos sejam preservados.

Segundo colocado nas pesquisas eleitorais e líder quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não aparece como candidato, Bolsonaro deixa o PSC e migra para o PSL ao lado de outros deputados, incluindo seus filhos Eduardo, que é deputado federal, e Flávio, deputado estadual no Rio de Janeiro.

Antes de iniciar seu discurso, Bolsonaro pediu que todos os presentes ficassem em posição de respeito e cantassem o Hino Nacional à capela. Depois, solicitou que o senador Magno Malta (PR-ES), que é evangélico, fizesse uma oração para todos da plateia e para o Brasil.

"Sou pelas privatizações, sim", disse Bolsonaro, que afirmou que parte das estatais poderá ser inclusive extinta já na primeira semana de governo, ao mesmo tempo que fez uma ressalva.

"Nem todas, o que é estratégico tem de ser preservado."

O pré-candidato chegou a chorar ao falar do pai, defendeu mudanças nas leis de acesso a armas no Brasil e disse que a Constituição determina que o casamento é necessariamente entre um homem e uma mulher. Também afirmou que "quem reza nessa cartilha da esquerda não merece viver com os bens da democracia e com os bens do capitalismo".

"Somos de direita", declarou.

Bolsonaro, que é capitão da reserva do Exército e já fez elogios ao regime militar e a agentes que praticaram tortura durante a ditadura, afirmou que os militares sempre foram "amantes" da liberdade e da democracia. Ao mesmo tempo, insinuou que a imprensa é conivente com a corrupção, quando faz indagações sobre a governabilidade de um eventual governo seu.

Janela partidária

Aos gritos de "Uh, é Bolsonaro" , "Lula na cadeia" e "Ô, o capitão chegou", o deputado participou do evento, um dia antes do início oficial do prazo da janela partidária, quando parlamentares podem migrar para outras legendas sem ficarem sujeitos às sanções previstas para o caso de infidelidade partidária.

Do lado de fora do prédio do Congresso, onde aconteceu o evento, apoiadores inflaram um grande boneco do pré-candidato.

Sob a bandeira de uma candidatura verdadeiramente de direita tanto no âmbito ideológico quanto econômico, e de conservadorismo moral, o deputado recebeu apoio de outros representantes de seu campo político, como Magno Malta.

"A sociedade brasileira enojou do politicamente correto", discursou o senador, ao defender os "valores da família" e criticar os que defendem pautas relacionadas a direitos LGBT e ao aborto.

O senador negou ainda que tenha conversado sobre eventual candidatura a vice na chapa do deputado. "Bolsonaro se tornará presidente comigo ou sem migo."

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