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Bolsa Família não poderá ser paga sem reforma, diz relator

Em entrevista à TV Brasília, o relator da reforma da Previdência previu que haverá aumento de tributos e queda para zero dos investimentos públicos

Arthur Maia: o relator já contabiliza entre 290 a 310 votos a favor da reforma (Agência Brasil/Agência Brasil)

Arthur Maia: o relator já contabiliza entre 290 a 310 votos a favor da reforma (Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 16h19.

Última atualização em 6 de dezembro de 2017 às 16h30.

Brasília - O relator da reforma da Previdência, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou que o programa Bolsa Família não poderá ser pago sem a aprovação da reforma da Previdência. Em entrevista à TV Brasília, o relator previu que haverá aumento de tributos e queda para zero dos investimentos públicos.

O relator já contabiliza entre 290 a 310 votos a favor da reforma. Mas admitiu que o tempo "milita" contra a aprovação da reforma. Ele admitiu que não há segurança ainda da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC). "É muito difícil ter segurança absoluta de aprovação de um tema que trata de reforma constitucional. É um quórum elevado", afirmou.

Oliveira Maia classificou de estelionato eleitoral a proposta de parlamentares de deixar a votação para depois das eleições de 2018. " É muita falsidade ideológica eleitoral. Se sou deputado, o que eu penso antes da eleições eu tenho que falar", cobrou. Ele voltou a afirmar que cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, definir a data de votação da PEC. "Não há dúvida que existem deputados com interface da eleição", disse.

Ao ser informado de declaração do presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), de que o partido vai fechar questão a favor da proposta e que o Senado vai votá-la em fevereiro, o relator disse. "Tomara! Oxalá, como diz na Bahia. Fevereiro é bom. O dia 2 de fevereiro é de Iemanjá", disse.

Punição

Para o relator, os deputados que votarem contra a reforma serão "punidos" se a economia naufragar sem a votação da reforma. Por outro lado, ele previu que, com a aprovação da reforma da Previdência, os aliados estarão enfrentando as eleições com a economia crescendo a 3%. Ele ponderou que o crescimento está ainda engatilhando. "Nós que votamos a favor do impeachment somos sócios do resultado desse governo. Não há dúvida que o presidente tem popularidade baixa, mas do ponto de vista econômico ele está acertado", disse. O relator disse que tem uma expectativa grande de que a proposta será aprovada e minimizou as sugestões de que a problema do déficit da Previdência poderá ser resolvido com a cobrança das dívidas ao INSS. Segundo ele, se os juízes decidissem votar a favor do governo em todas as ações de dívidas previdenciárias, a arrecadação seria de R$ 200 bilhões, suficiente para pagar apenas "alguns meses" dos benefícios.

Pesquisas

Segundo ele, as pesquisas mais recentes apontam que hoje já existem mais pessoas apoiando a Previdência do que o contrário. "Houve propaganda muito negativa", disse ele, destacando que com a aprovação todos os trabalhadores terão o mesmo tratamento na hora de aposentar. Ele disse que é preciso enfrentar a resistência e pressão do funcionalismo contra a Previdência. "Toda a resistência reside no funcionalismo", disse.

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