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Bispo de Aparecida critica impunidade e pede que salvem a Lava Jato

Na última semana, o presidente da República Jair Bolsonaro disse que a Operação Lava Jato acabou porque não há corrupção no seu governo

Dom Orlando Brandes durante missa neste 12 de outubro: impunidade seria um dragão muito feio, que está voltando, nas palavras do líder católico. (Thiago Leon / Santuário Nacional de Aparecida/Divulgação)

Victor Sena

Publicado em 12 de outubro de 2020 às 16h01.

Última atualização em 12 de outubro de 2020 às 16h02.

O Bispo do Santuário Nacional de Aparecida do Norte, Dom Orlando Brandes, disse que a impunidade está voltando ao Brasil, durante sua homilia nesta segunda-feira, 12. Após a celebração da missa de comemoração do dia padroeira brasileira, o bispo afirmou a jornalistas que estava se referindo à Operação Lava Jato .

De acordo com os portais de notícias G1 e O Vale, o bispo disse aos repórteres que o combate à corrupção deveria ser saudado.

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"Quanto à impunidade aqui, com tudo o que aconteceu com a Lava Jato, está claríssimo que está voltando e que deveríamos saudar a Lava Jato por que estávamos vencendo o dragão da corrupção, que não deve voltar. Não somos dignos de sermos escravizados pela corrupção. A repressão foi forte, mas o poder é escravizador e ainda se faz presente num momento como o nosso."

Durante aa homilia, Dom Orlando Brandes não havia deixado explícito ao que se referia. Ele disse apenas que Maria, mãe de Jesus Cristo, "vence dragões com a palavra". A impunidade seria um "dragão muito feio", que está voltando, nas palavras do líder católico.

Assista à homilia do bispo

Fim da Lava Jato?

Na última semana, o presidente da República Jair Bolsonaro disse: “É um orgulho, uma satisfação que eu tenho dizer para essa imprensa maravilhosa nossa, que eu não quero acabar com a Lava-Jato, eu acabei com a Lava-Jato, porque não tem mais corrupção no governo”.

Essa fala fez a força-tarefa de procuradores da Lava-Jato em Curitiba divulgar uma nota oficial para rebater o presidente. O grupo chegou a dizer, sem citar o presidente ou quem seria, que há “forças poderosas” que atuam em sentido contrário ao combate à corrupção.

Dias depois, Bolsonaro afirmou que há desinformação, má-fé ou até dor de cotovelo de quem tem criticado sua declaração sobre ter acabado com a Operação Lava-Jato.

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