Biden quer se reunir com Dilma em momento de reaproximação
Reunião seria um sinal de que relações entre os países estão num momento de degelo após a tensão sobre a espionagem
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2014 às 18h38.
São Paulo - O vice-presidente dos Estados Unidos , Joe Biden, planeja se reunir com a presidente Dilma Rousseff quando vier ao país para a Copa do Mundo, em junho, disse à Reuters um alto funcionário com conhecimento da visita, um sinal de que as relações entre os dois países estão num momento de degelo após a tensão sobre a espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) no ano passado.
A reunião com Dilma está prevista para ocorrer em Brasília, provavelmente depois de Biden assistir a um jogo de futebol do torneio mundial, ainda indeterminado, disse o funcionário sob condição de anonimato. Uma autoridade na Casa Branca não quis comentar, e um porta-voz de Dilma não respondeu a um pedido para falar sobre o assunto.
Esse seria o encontro oficial de mais alto nível entre os dois governos desde que Dilma cancelou uma visita oficial à Casa Branca prevista para outubro do ano passado, irritada com as revelações de que a NSA havia espionado ela e outros brasileiros. Depois disso, as relações vêm se mantendo tensas, com consequências econômicas negativas para ambos os países.
Em dezembro, Dilma escolheu a sueca Saab, em vez da norte-americana Boeing, para um contrato multibilionário de compra de jatos para a Força Aérea Brasileira, uma decisão que, segundo assessores, foi uma esnobação direta a Washington pela espionagem.
Enquanto isso, negociações sobre o comércio bilateral e acordos de investimento permanecem na maior parte congeladas desde o impasse da espionagem, privando o Brasil de um potencial impulso para sua cambaleante economia.
Dilma e seus assessores continuam exigindo um pedido formal de desculpas dos EUA pela espionagem contra a presidente como condição para normalizar o relacionamento. Washington até agora se recusou a fazer isso.
A visita de Biden, que cultivou uma relação particularmente calorosa durante as reuniões anteriores com a presidente, não vai curar a fenda por si só. Dilma continua profundamente irritada com a polêmica, disseram autoridades brasileiras à Reuters.
Mas diplomatas de ambos os lados foram surpreendidos pelo tom cordial quando os dois líderes conversaram à margem da posse da presidente chilena, Michelle Bachelet, no início do mês.
Dilma pediu a Biden ajuda para desarmar uma crise política na Venezuela, disseram à Reuters dois funcionários a par da conversa. Biden, em seguida, afirmou que esperava se reunir formalmente com Dilma quando vier ao Brasil para a Copa do Mundo, ao que ela respondeu favoravelmente, afirmaram os funcionários.
Outros sinais construtivos recentes incluíram o convite do novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, a autoridades dos EUA para uma reunião em Brasília, no qual expressou entusiasmo para reiniciar as negociações comerciais, de acordo com um funcionário presente.
A cooperação rotineira entre as Forças Armadas dos dois países, que havia sido congelada por um tempo após a polêmica da NSA, também foi retomada.
Com o tempo, fortes laços diplomáticos e comerciais poderão render grandes dividendos para as empresas norte-americanas, já que a economia brasileira, de 2,3 trilhões de dólares, é hoje uma das mais fechadas ao comércio nas Américas. Antes das revelações da NSA, as autoridades brasileiras e norte-americanas disseram que o relacionamento estava no ponto mais alto em uma década.
São Paulo - O vice-presidente dos Estados Unidos , Joe Biden, planeja se reunir com a presidente Dilma Rousseff quando vier ao país para a Copa do Mundo, em junho, disse à Reuters um alto funcionário com conhecimento da visita, um sinal de que as relações entre os dois países estão num momento de degelo após a tensão sobre a espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) no ano passado.
A reunião com Dilma está prevista para ocorrer em Brasília, provavelmente depois de Biden assistir a um jogo de futebol do torneio mundial, ainda indeterminado, disse o funcionário sob condição de anonimato. Uma autoridade na Casa Branca não quis comentar, e um porta-voz de Dilma não respondeu a um pedido para falar sobre o assunto.
Esse seria o encontro oficial de mais alto nível entre os dois governos desde que Dilma cancelou uma visita oficial à Casa Branca prevista para outubro do ano passado, irritada com as revelações de que a NSA havia espionado ela e outros brasileiros. Depois disso, as relações vêm se mantendo tensas, com consequências econômicas negativas para ambos os países.
Em dezembro, Dilma escolheu a sueca Saab, em vez da norte-americana Boeing, para um contrato multibilionário de compra de jatos para a Força Aérea Brasileira, uma decisão que, segundo assessores, foi uma esnobação direta a Washington pela espionagem.
Enquanto isso, negociações sobre o comércio bilateral e acordos de investimento permanecem na maior parte congeladas desde o impasse da espionagem, privando o Brasil de um potencial impulso para sua cambaleante economia.
Dilma e seus assessores continuam exigindo um pedido formal de desculpas dos EUA pela espionagem contra a presidente como condição para normalizar o relacionamento. Washington até agora se recusou a fazer isso.
A visita de Biden, que cultivou uma relação particularmente calorosa durante as reuniões anteriores com a presidente, não vai curar a fenda por si só. Dilma continua profundamente irritada com a polêmica, disseram autoridades brasileiras à Reuters.
Mas diplomatas de ambos os lados foram surpreendidos pelo tom cordial quando os dois líderes conversaram à margem da posse da presidente chilena, Michelle Bachelet, no início do mês.
Dilma pediu a Biden ajuda para desarmar uma crise política na Venezuela, disseram à Reuters dois funcionários a par da conversa. Biden, em seguida, afirmou que esperava se reunir formalmente com Dilma quando vier ao Brasil para a Copa do Mundo, ao que ela respondeu favoravelmente, afirmaram os funcionários.
Outros sinais construtivos recentes incluíram o convite do novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, a autoridades dos EUA para uma reunião em Brasília, no qual expressou entusiasmo para reiniciar as negociações comerciais, de acordo com um funcionário presente.
A cooperação rotineira entre as Forças Armadas dos dois países, que havia sido congelada por um tempo após a polêmica da NSA, também foi retomada.
Com o tempo, fortes laços diplomáticos e comerciais poderão render grandes dividendos para as empresas norte-americanas, já que a economia brasileira, de 2,3 trilhões de dólares, é hoje uma das mais fechadas ao comércio nas Américas. Antes das revelações da NSA, as autoridades brasileiras e norte-americanas disseram que o relacionamento estava no ponto mais alto em uma década.