Bernardo preso; Temer comemora…
Bernardo preso O ex-ministro Paulo Bernardo foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira na 31ª fase da operação Lava-Jato. Ele é suspeito de ter recebido ao menos sete milhões de reais em propina. Outro ex-ministro de Dilma Rousseff, Carlos Gabas, foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento. Também foram feitas buscas no diretório nacional do PT […]
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2016 às 18h59.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h15.
Bernardo preso
O ex-ministro Paulo Bernardo foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira na 31ª fase da operação Lava-Jato. Ele é suspeito de ter recebido ao menos sete milhões de reais em propina. Outro ex-ministro de Dilma Rousseff, Carlos Gabas, foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento. Também foram feitas buscas no diretório nacional do PT em São Paulo e na casa de Bernardo, que é marido da senadora petista Gleisi Hoffmann, em Curitiba. Ao todo, nove pessoas foram presas e 11 conduzidas a depor coercitivamente.
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Custo Brasil
A operação que prendeu Bernardo foi denominada Curso Brasil. Ela investiga um esquema de propinas no Ministério do Planejamento, que foi ocupado por Bernardo. Os desvios eram feitos por meio de contratos com a empresa Consist, que gerenciava os créditos consignados de servidores federais. Teriam sido desviados ao menos 100 milhões de reais entre 2010 e 2015.
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Bom para o governo
Na briga entre Dilma Rousseff e Michel Temer para ver quem consegue passar a imagem de menos envolvido em corrupção, a equipe do peemedebista comemora a operação de hoje. Como Bernardo fazia parte da “tropa de choque” de Dilma, aliados do Planalto avaliam que Temer sai fortalecido. Por outro lado, o ex-ministro era da ala considerada moderada dentro do PT, com quem era possível negociar. O fato da operação fazer buscas no diretório do PT também foi visto como positivo por aproximar ainda mais a Lava-Jato de Dilma.
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Os conselhos de Teori
O ministro do STF Teori Zavascki, relator da operação Lava-Jato, disse nesta quinta-feira em evento no Palácio do Planalto que o país precisa de “remédios amargos”, já que está “enfermo”. Zavascki também disse que o Brasil precisa prestar contas com os passado, mas olhando para as melhorias no futuro. Teori, pelo previsto, não deve dar moleza aos envolvidos nas investigações da Lava-Jato.
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Dilma ainda tenta
A presidente afastada Dilma Rousseff ainda articula sua tentativa de volta à presidência da República. Em reunião com dirigentes de partidos aliados no Alvorada, Dilma disse que aceita encampar a proposta de chamar um plebiscito para decidir a possibilidade de novas eleições, mas que isso só será fato se ela contar com um apoio maior entre os senadores. Nas contas de Dilma, além dos 22 votos que teve para que não fosse afastada do mandato, seriam necessários mais 13 parlamentares apoiando o plebiscito. Com isso, além de garantir sua volta na votação final do impeachment, o número ajudaria a articular e ganhar apoio do Congresso para a nova proposta.
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Último dia na cadeia
O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró deve deixar a prisão em Curitiba nesta sexta-feira. Ele volta ao Rio de Janeiro para cumprir prisão domiciliar em sua residência. Cerveró vai estar com uma tornozeleira eletrônica para monitoramento. Ele foi condenado a 27 anos e quatro meses de prisão e ainda é réu em outros dois processos. Ele deverá devolver mais de 17 milhões de reais aos cofres públicos.