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Beltrame critica leis ao ser questionado por UPPs

Secretário criticou indiretamente os órgãos federais responsáveis pelo controle das fronteiras e as leis de execução penal


	Policial militar se posiciona em prédio em frente a favela durante a inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Rocinha
 (Tânia Rêgo/ABr)

Policial militar se posiciona em prédio em frente a favela durante a inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Rocinha (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2014 às 19h22.

Rio - O secretário de Segurança do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, criticou indiretamente os órgãos federais responsáveis pelo controle das fronteiras do País e as leis de execução penal ao ser questionado nesta segunda-feira, 03, se o programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) está em crise. Na tarde de domingo, 02, a soldado Alda Rafael Castilho, de 26 anos, foi morta durante um ataque de traficantes à sede da UPP do Parque Proletário, no Complexo da Penha, na zona norte. Outras três pessoas foram baleadas.

"Armas, munições e drogas não são feitas no Rio. As ordens vêm dos presídios. Pessoas presas voltam rapidamente às ruas porque a lei legitima isso. Então, por que só as polícias do Rio têm que falar das consequências dessas etapas que acabei de narrar?", disse.

Beltrame admitiu que as UPPs instaladas em grandes favelas são as mais problemáticas. "Temos alguns incidentes, especialmente nas UPPs com mais de 100 mil habitantes. Elas são maiores que 80% dos municípios brasileiros. E dentro de uma área praticamente sem organização nenhuma, o que facilita a ação do tráfico de drogas. Sem contar que, durante 30, 40 anos, essas facções não receberam o devido tratamento do Estado. Sofremos ontem uma covardia: uma policial foi covardemente atingida pelas costas. Essa morte não foi só dela. A sociedade toda foi atingida pelas costas", afirmou o secretário.

Horas após o ataque na Penha, as polícias iniciaram uma ofensiva em 14 favelas dominadas pelo Comando Vermelho. Empossado nesta segunda-feira, 03, o novo chefe de Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, disse que as operações nestes locais vão continuar por tempo indeterminado. Segundo ele, alguns dos envolvidos na emboscada na Penha já foram identificados.

Veloso disse ainda que as principais preocupações de sua gestão serão a consolidação do processo de pacificação, os grandes eventos que o Rio vai sediar, as manifestações e as eleições.

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