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BC trabalha com gasto acima do teto de R$ 130 bi em 2023, e Campos Neto fica na presidência até 2024

"Trabalhamos com gasto acima do teto de R$ 130 bilhões em 2023, mas temos que ver o que será aprovado", limitou-se a comentar Campos Neto

Roberto Campos Neto: Ressaltou que o BC segue vigilante, observando esse comportamento do mercado (Wilson Dias/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 16h10.

O presidente do Banco Central , Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 15, que o BC não tem como trabalhar com um projeto de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição que ainda não foi aprovado, mas ressaltou que é preciso pensar nos impactos da proposta sobre a dívida.

"Trabalhamos com gasto acima do teto de R$ 130 bilhões em 2023, mas temos que ver o que será aprovado", limitou-se a comentar Campos Neto .

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O presidente do Banco Central disse também que a incerteza fiscal no Brasil levou o mercado a retirar as expectativas de corte de juros e inclusive passar a prever altas de juros no cenário futuro.

"O mercado reagiu ao fiscal removendo quedas de juros na curva e inserindo altas", destacou.

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E completou: "Dizíamos que estávamos confortáveis com uma expectativa mercado na curva do Focus de corte de juros em junho mas aconteceu muita coisa desde então. Houve volatilidade recente de juros no Brasil e no mundo e, mais recentemente, houve uma sensibilidade de fiscal que no Brasil foi mais acentuada."

Campos Neto ressaltou que o BC segue vigilante, observando esse comportamento do mercado. "Para BC, importa impacto em expectativas, precisamos observar", acrescentou.

Campos Neto ficará no Banco Central até o fim do mandato

Campos Neto, repetiu nesta quinta-feira, 15, que não pretende aceitar qualquer eventual proposta do novo governo por um segundo mandato à frente da autoridade monetária após o fim da sua gestão atual, em 2024.

"Tenho dito há bastante tempo que um mandato é suficiente pra fazer o que eu queria fazer. Desde o começo disse que não achava bom haver recondução, inclusive fui contra no debate sobre a lei de autonomia do BC", reafirmou.

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Segundo ele, esse tema não foi debatido no encontro com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta semana. "Pretendo ficar até o fim do meu mandato", enfatizou.

O presidente do Banco Central relatou também que sua primeira conversa com Haddad foi bastante positiva.

"O ponto principal de conversa com Haddad foi coordenação de política monetária e fiscal, e ele disse que concordava com quase todos os pontos trazidos. Também conversamos sobre acesso de empresas a mercado de capitais", afirmou Campos Neto.

E completou: "Espero continuar conversa próxima com Haddad, por coordenação fiscal e monetária. O mais provável é que ocorra reuniões com frequência."

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