BC divulga o Relatório de Política Monetária. Presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, durante a apresentação. Foto: Raphael Ribeiro/BC (Raphael Ribeiro/BC/Flickr)
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Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 12h56.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira, 18, que o último comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) “não dá sinal nem fecha a porta” sobre a data do início do corte de juros.
As apostas do mercado estavam divididas entre janeiro e março sobre a data do início da redução da taxa Selic e o último comunicado fez aumentar a previsão para um corte mais tardio.
“Interpretação correta do que viemos comunicando: não estamos dando nenhum tipo de seta ao que vamos fazer e também não estamos fechando porta sobre o que se pode fazer. Não há porta fechada nem seta dada”, disse Galípolo.
O presidente do BC afirmou que a instituição financeira irá recolher mais dados sobre o desempenho econômico do país antes de tomar a decisão na reunião do Copom marcada para 26 e 27 de janeiro.
Galípolo considera normal que não haja uma leitura clara do mercado sobre o comportamento do Banco Central porque, de fato, ainda não há nenhuma decisão tomada.
“Tentam achar dica num texto que não tem dica. É isso porque depende de dados, não decidimos na reunião de dezembro o que vamos fazer nem em janeiro, nem em março, nem nas próximas”, afirmou.
Galípolo disse entender que “exista ansiedade” para que o BC dê alguma sinalização, mas que isso não ocorrerá porque ainda “dependem de dados”.
“Entendo a ansiedade que gera a gente nao se amarrar, mas a gente entende que dentro das alternativas a estrategia está sendo mais coerente com o que vem fazendo. Toda vez que tem incerteza, a gente confessa: vamos reunir dados e a partir de dados vamos conseguir chegar a uma conclusão com mais informação lá do que a gente tem aqui”, afirmou em coletiva sobre o relatório de política monetária.
As declarações foram dadas após o BC divulgar um comunicado em 10 de dezembro em que manteve um tom duro e sem pistas sobre o corte de juros, o que ampliou as apostas sobre início de cortes só em março.