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Bairros no Rio continuam sem luz 35 horas após temporal

Diante da situação, moradores de algumas localidades organizaram manifestações, provocando a interdição de vias

Rio: a Light informa que está trabalhando nas ruas para restabelecer a normalidade do serviço (Vladimir Platonow/Agência Brasil)

Rio: a Light informa que está trabalhando nas ruas para restabelecer a normalidade do serviço (Vladimir Platonow/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 17h54.

Alguns bairros do Rio de Janeiro permanecem sem energia elétrica mais de 35 horas após o forte temporal que caiu sobre a cidade na noite de quarta-feira (14). Diante da situação, moradores de algumas localidades organizaram manifestações, provocando a interdição de vias.

Segundo a Light, empresa que detém a concessão para a geração e distribuição da energia elétrica no estado do Rio de Janeiro, as localidades mais críticas são Campo Grande e Jacarepaguá, na zona oeste, e Ilha do Governador e Penha, na zona norte.

Em nota, a Light informa que está trabalhando nas ruas para restabelecer a normalidade do serviço, que está sendo dificultado pelo volume de árvores de grande porte caídas, o que estaria relacionado com aproximadamente 70% das ocorrências atendidas até o momento.

"Ontem [15], a Light sobrevoou toda a zona oeste do Rio de Janeiro, local mais afetado, para ter um panorama das ocorrências e alocar os recursos necessários para atender a localidade com maior eficiência. A empresa praticamente dobrou o número de profissionais em campo, de 800 para cerca de 1,5 mil, deslocando turmas inclusive do Vale do Paraíba e da Baixada Fluminense, regiões do estado que não foram afetadas pela forte chuva", diz a nota.

De acordo com a empresa, em muitas áreas, o trabalho está sendo conduzido conjuntamente com a Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio), para fechamento de vias, e a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), para remoção das árvores. Não há previsão para a completa normalização do serviço. Segundo a Light, cada caso tem suas peculiaridades e os prazos variam conforme as condições encontradas.

Protestos

Diante da situação, moradores organizaram manifestações em alguns bairros. Já na noite de ontem (15), houve interdição da Estrada do Guerenguê, na Taquara, na zona oeste. Para fazer o bloqueio, os manifestantes atearam fogo em pneus e entulhos. No final desta manhã (16), evento semelhante ocorreu na Estrada de Paciência, em Cosmos, também na zona oeste. Nas redes sociais, moradores destacaram que, após o protesto, um caminhão da Light apareceu no local.

Houve manifestação também na Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade. A Polícia Militar informou que o Batalhão de Policiamento em Vias Expressas precisou deslocar viaturas para a via, na altura da Vila Kennedy. Em Senador Camará, outro bairro da zona oeste, moradores do conjunto Minha Casa, Minha Vida II divulgaram nas redes sociais imagens de uma marcha em protesto contra a falta de luz.

No temporal que teve início na noite de quarta-feira, o Rio de Janeiro registrou volume recorde de chuva da meia-noite à 1h de quinta-feira (15): foram 123,6 milímetros na estação Barra/Riocentro, maior volume no intervalo de uma hora já registrado pelo Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro, que reúne dados sobre precipitações desde 1997.

A chuva trouxa impactos em toda a cidade. Diversos bairros registraram alagamentos, com água invadindo as residências. Quatro pessoas morreram e milhares tiveram que deixar suas casas. Mais de 50 imóveis já foram interditados pela Defesa Civil do município. Um trecho da Ciclovia Tim Maia, em São Conrado, afundou. Árvores caíram em todas as regiões da cidade, algumas delas atingindo veículos.

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