Atrasos afetam 25% dos voos programados no País
A empresa que teve a maior proporção de voos domésticos atrasados foi a Azul
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2010 às 21h29.
O fechamento do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, por pouco mais de uma hora na noite de ontem foi suficiente para provocar atrasos em 1/4 dos voos programados para todo o País até o fim da tarde de hoje. Segundo as empresas aéreas, o temporal que atingiu a capital fluminense no fim de semana provocou um remanejamento das decolagens. O que se viu nos principais aeroportos brasileiros foram grandes filas e espera, principalmente durante a manhã de hoje. A situação só voltou ao normal à tarde.
Até as 18h de hoje, 477 dos 1933 voos programados partiram ou chegaram fora do horário - o que representou 24,7% do total. No Santos Dumont, os atrasos atingiram mais de metade dos voos no início do dia. À tarde, as empresas conseguiram reorganizar suas escalas e o índice fechou a tarde em 39,8%. No Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), também no Rio, 36,1% dos pousos e decolagens atrasaram.
A empresa que teve a maior proporção de voos domésticos atrasados foi a Azul, com 44,1% de partidas e chegadas fora do horário. A companhia atribuiu os problemas "ao remanejamento de sua malha por conta do fechamento do Aeroporto Santos Dumont" na noite de ontem e informou que voltou a cumprir pontualmente os horários de seus voos durante a tarde.
Segundo a TAM, os atrasos em 26,6% dos voos de hoje foram resultado dos temporais que prejudicaram as atividades nos aeroportos do Rio e de Minas Gerais ontem. A companhia afirma que deu a assistência devida aos passageiros afetados pelos atrasos. A Gol também atribuiu às condições meteorológicas os atrasos em 22,6% de seus voos e destacou que as alterações nos horários têm o objetivo de "garantir a segurança operacional". Até o início da noite de hoje, a Avianca (com 19,2% de voos fora do horário) não comunicou oficialmente o motivo de seus atrasos.
Funcionários das empresas aéreas afirmam que os transtornos foram intensificados pela operação-padrão realizada desde a semana passada com o objetivo de pressionar as companhias nas negociações por reajustes salariais. Os trabalhadores prometem se recusar a tomar atitudes que minimizam a sobrecarga provocada pelo aumento de voos em dezembro, como a redução dos horários de almoço e mudanças nas escalas de trabalho sem aviso prévio.
Aeronautas (comissários e pilotos) e aeroviários (profissionais que atuam em solo) buscam reajuste de 30% sobre o piso salarial e de 15% para os demais trabalhadores, mas não conseguiram chegar a um acordo com o sindicato que representa as empresas aéreas.