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Ato contra Temer e por diretas tem confronto e Exército nas ruas

Apontada como teste para governo Temer, marcha Ocupa Brasília acaba em confronto e vandalização de prédios públicos

Conflito entre policiais e manifestantes durante ato contra Temer em Brasília 24/05/2017 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Conflito entre policiais e manifestantes durante ato contra Temer em Brasília 24/05/2017 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 24 de maio de 2017 às 18h42.

Última atualização em 25 de maio de 2017 às 11h56.

São Paulo – Era para ser uma manifestação pacífica contra o governo de Michel Temer e em apoio a eleições diretas, mas a marcha Ocupa Brasília, organizada por centrais sindicais e grupos de esquerda, terminou em confronto entre a polícia e manifestantes e com a convocação das Forças Armadas para fazer a segurança dos prédios públicos em Brasília (DF).

Segundo a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, 49 pessoas ficaram feridas - uma delas por arma de fogo - e oito foram presas.

A manifestação começou por volta das 10h com uma concentração na região do Estádio Mané Garrincha. Segundo informações da SSP-DF, o protesto reuniu cerca de 45 mil pessoas. Organizadores calculam 150 mil manifestantes.

A confusão teve início logo na primeira hora da caminhada quando um grupo de manifestantes tentou furar um bloqueio feito pela Polícia Militar na região da Esplanada dos Ministérios. Nas cerca de 3 horas seguintes, o que se viu foi um cenário de guerra.

De um lado, manifestantes atearam fogo em barricadas enquanto policiais jogavam bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral e atiravam balas de borracha. A cavalaria da PM chegou a investir contra os manifestantes que responderam com pedras e pau.

Houve um registro de incêndio nos Ministérios da Agricultura e Integração Nacional. Com o acirramento dos ânimos na região, todos os prédios da Esplanada foram evacuados.

Tensão no Congresso

No Congresso, o clima também era de tensão. Os deputados da oposição ocuparam a Mesa Diretora com o intuito de obstruir as votações agendadas para o dia.

A sessão foi suspensa no final da tarde após tumulto entre os parlamentares depois que chegou a informação aos parlamentares da oposição de que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia solicitado ação das Forças Armadas para reforçar a segurança.

Parlamentares da oposição imediatamente cobraram de Maia uma posição oficial. Diante da resposta do presidente da Câmara de que havia pedido apoio “apenas” da Força Nacional, o plenário incendiou com os parlamentares aos gritos.

Durante sessão plenária do STF, o ministro Marco Aurélio Mello afirmou que via com preocupação a notícia de que o presidente Michel Temer tinha autorizado o uso das Forças Armadas para garantir a lei e a ordem. "Espero que a notícia não seja verdadeira", afirmou.

Segundo o Ministério da Defesa, cerca de 1.400 militares farão a segurança em torno dos prédios dos ministérios, Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal. A missão deve durar por até 48 horas. 

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