Brasil

Atletas dopados da Copa poderiam jogar no Mundial

A falta de um laboratório credenciado e pronto em tempo hábil no Brasil não permitirá que os testes sejam feitos a tempo


	Laboratório: a coleta de amostras e o envio delas por avião para a Suíça
 (Divulgação)

Laboratório: a coleta de amostras e o envio delas por avião para a Suíça (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2014 às 14h57.

Rio de Janeiro - A falta de um laboratório credenciado e pronto em tempo hábil no Brasil para a Copa do Mundo pode permitir que um jogador suspeito de doping continue competindo, pois os testes não serão feitos antes de seu próximo jogo, segundo o diretor do comitê médico da Fifa.

A coleta de amostras e o envio delas por avião para a Suíça também aumentam substancialmente os custos para os organizadores da Copa do Mundo, disse Michel D’Hooghe, um veterano com 26 anos de conselho executivo da Fifa, que tem sede em Zurique.

O laboratório do Rio de Janeiro que realizaria os testes teve sua licença revogada pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) no ano passado.

“Até agora, sempre tivemos uma chance antes do jogo seguinte”, disse D’Hooghe, 68, médico esportivo da Bélgica, em entrevista por telefone.

“Isso significa que se um jogador é reprovado no teste, nós o suspendemos. Nós vamos conseguir fazer isso antes da maioria dos jogos, mas não tenho certeza de que poderemos fazer isso em todas as situações”.

O Laboratório de Controle de Dopagem, ou LAB DOP-LADETEC/IQ-UFRJ, do Rio de Janeiro, conhecido como Ladetec, foi reprovado nos testes cegos realizados pela Wada, e uma nova instalação que está sendo construída para os Jogos Olímpicos de 2016 não está pronta.

D’Hooghe disse que transportar as amostras em um ambiente com temperatura controlada “certamente custará muito dinheiro”, sem fornecer detalhes exatos.

A Copa será realizada entre 12 de junho e 13 de julho.

Laboratório de Lausanne

A Fifa e a Wada anunciaram em novembro que um laboratório em Lausanne realizaria os testes de sangue e urina para a Copa do Mundo.

“A Wada não tem preocupações relacionadas aos planos colocados em prática pela Fifa para o programa de antidoping da Copa do Mundo 2014, que será o programa de controle de doping mais extenso já realizado em uma Copa do Mundo”, disse o porta-voz da Wada, Ben Nichols, em um e-mail.

A Fifa testará todos os que estiveram nas listas de 23 jogadores das 32 seleções competidoras antes de o torneio começar e escolherá dois jogadores de cada lado de forma aleatória após cada uma das 64 partidas do torneio.

Haverá cerca de 1.000 controles de doping relacionados à Copa do Mundo, cujos resultados serão cruzados com os dados de perfil biológico que a Fifa possui dos jogadores, acrescentou D’Hooghe.

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoDopingEsportesFutebol

Mais de Brasil

Após ameaça de ala pró-Nunes, Federação do PSDB confirma Datena como candidato em SP

Lula anuncia obras de prevenção a desastres, esgoto, água e mobilidade com recurso de R$ 41,7 do PAC

Parque dos Lençóis Maranhenses é declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco

Boulos processa Nunes após ofensas e pede retratação pública

Mais na Exame