Bolsonaro indica pastora assessora de Malta para Diretos Humanos
Damares Alves ficará responsável pela gestão da Fundação Nacional do Índio (Funai), entidade que dá assistência aos povos indígenas
Clara Cerioni
Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 15h41.
Última atualização em 7 de dezembro de 2018 às 18h43.
São Paulo — O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou nesta quinta-feira (6), que a advogada e pastora evangélica Damares Alves será a ministra de Mulher, Família e Direitos Humanos no governo Bolsonaro .
Onyx confirmou também que a pasta será responsável pela gestão da Fundação Nacional do Índio (Funai), que atualmente é responsabilidade do Ministério da Justiça.
O anuncio foi feito durante entrevista coletiva na sede do governo de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Em rápida fala à imprensa, a futura ministra afirmou que quer incentivar o protagonismo e investir em políticas públicas para mulheres.
"Se depender de mim, vou para a porta de empresas onde o funcionário homem ganha mais do que mulher para protestar por equiparação salarial", afirmou.
Outro destaque que Damares disse que irá investir foi para propor um "pacto pela infância". Ela destacou que, em média, 30 crianças são assassinadas por dia no Brasil.
"Nunca a infância foi tão atingida como nos dias de hoje. Nós vamos propor um pacto pela infância [...] A infância vai ser prioridade nesse governo", disse.
Questionada sobre a nebulosa questão de demarcação de terras indígenas, ela frisou que o tema é delicado, polêmico e que não será resolvido agora.
Relação com Malta
Desde 2015, elaé assessora do senador Magno Malta (PR-ES), que não conseguiu se reeleger e esperava um convite para fazer parte do primeiro escalão do governo.
Na semana passada, o presidente eleito sondou a pastora para assumir a pasta. "É um ministério que se identifica muito com ela", disse Bolsonaro.
A aproximação com a assessora gerou desconforto com parte da bancada evangélica, que considerou uma "afronta" e uma "ingratidão" a Malta.
Nesta quarta-feira (5), Bolsonaro disse que as portas "estão abertas" para Malta, mas que não seria "adequado" colocá-lo à frente de um ministério.
Em entrevista, o senador do PR negou que tenha indicado Damares para o comando do ministério, mas a classificou como uma "mulher completa".
"Ela foi convidada por competência própria. Não foi indicada por mim. Damares é uma mulher repleta, completa, conhece as questões dos índios, das crianças, de drogas, de automutilação. Todas as bandeiras que eu defendo, ela sabe muito. Não fui eu que indiquei e ela é preparada para tal", disse.
(com Agências)