Brasil

Armínio diz que só vai para o governo com Aécio

"Como potencial ministro da Fazenda falo que é preciso arrumar a casa", destacou Armínio Fraga, frisando que isso ocorreria numa administração Aécio Neves


	Armínio Fraga: "Não sou filiado a partido algum. Sou cardosista e aecista"
 (Wikimedia Commons)

Armínio Fraga: "Não sou filiado a partido algum. Sou cardosista e aecista" (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 17h10.

São Paulo - O ex-presidente do Banco Central e principal assessor econômico do candidato Aécio Neves (PSDB) à Presidência, Armínio Fraga, reafirmou que não tem intenções de ir para o Poder Executivo, caso Marina Silva vença as eleições.

"Não pretendo ir para o governo se não for com Aécio", destacou. "Não sou filiado a partido algum. Sou cardosista e aecista", ponderou.

"Como potencial ministro da Fazenda falo que é preciso arrumar a casa", destacou, frisando que isso ocorreria numa administração Aécio Neves.

"O governo vem adotando medidas pontuais com transtorno para a economia", disse. "A reforma tributária como a que queremos fazer é complexa, pois unifica a legislação do ICMS. Mas se tudo der certo, é possível aprovar em um ano ou pouco mais", afirmou.

Embora a economia nacional precise de um processo intenso de "arrumação", ele avaliou que isso provocou um patamar de juros muito elevados, que são tão atraentes que mantém o apetite de investidores em aplicar no Brasil, especialmente em ativos de renda fixa.

"Quando um país como esse paga juros de 11% ao ano, enquanto em boa parte do mundo é 0%, é irresistível não vir para cá", ponderou.

Ele fez os comentários em palestra promovida pela Eurocâmaras e Câmara de Comércio França-Brasil.

Fraga ponderou que não será uma tarefa fácil, embora seja possível, que o senador do PSDB vá para o segundo turno na disputa pelo governo federal. "Sigo esperançoso. Reconheço que é um desafio muito grande", comentou.

Armínio destacou que, no caso da presidente Dilma Rousseff ser reeleita, há baixas expectativas de que ela corrigirá a gestão da política macroeconômica.

"Sempre há a esperança de que as coisas mudem. Mas há poucas evidências de que isso vai acontecer", disse.

Fraga ponderou que a proposta econômica de Aécio Neves é mais conhecida pela sociedade e que, no caso de Marina Silva, "há mais incerteza" sobre este e outros temas.

"Espero que Marina aproveite para se apresentar e expor suas ideias", afirmou.

Armínio foi perguntado se é possível manter confiança no Brasil e comprar ativos financeiros do país, a partir do que pode surgir das urnas em 26 de outubro, quando ocorrerá o segundo turno.

"Acho que dá para comprar. O país tem mecanismos de correção. É um cenário binário. Para mim, é preciso cautela. Mas não é o caso de (investidores) irem embora daqui."

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesBanco CentralEleiçõesEleições 2014GovernoMercado financeiroPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Pesquisas para prefeito de São Paulo: o que dizem os levantamentos desta semana

Morre Tuíre Kayapó, ícone da defesa dos direitos indígenas

Acidente aéreo em Vinhedo: caixas-pretas já estão em Brasília para investigação do Cenipa

Lula decreta luto de três dias pelas vítimas do desastre aéreo em Vinhedo

Mais na Exame