EXAME.com (EXAME.com)
Mariana Desidério
Publicado em 5 de maio de 2015 às 16h18.
São Paulo – O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse que não alimenta a “utopia” de acabar com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro e defendeu a política de pacificação de favelas no estado. O modelo das UPPs tem sido questionado após o aumento da violência em áreas como o Complexo do Alemão.
“Recrudesceu o crime no Alemão? Sim. Mas não é em todo o Alemão. O importante é que essas comunidades pacificadas têm índices hoje de países de primeiro mundo. O Dona Marta está há cinco anos sem ver uma morte”, afirmou nesta terça-feira, no evento Encontros EXAME.
No encontro, Pezão falou a empresários de diversos setores sobre o ambiente de negócios e as oportunidades no Rio de Janeiro. O governador apresentou informações sobre investimentos públicos e elencou dados sobre educação e segurança do estado.
Dentre as conquistas dos cariocas nos últimos anos, Pezão destacou o desempenho do estado no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). “Éramos o 26º estado no Ideb, na frente apenas do Piauí. Hoje estamos em 4º lugar. E somos os primeiros no Enem”, comemora.
Petróleo
O governador aproveitou também para criticar a lentidão no processo de aprovação de obras públicas no Brasil. “Essa é uma das razões porque vamos partir para as PPPs [Parcerias Público-Privadas]”, afirmou. Ontem, o governo do Rio lançou um programa de Parcerias Público-Privadas como prioridade para as áreas de saneamento, mobilidade e tecnologia.
“Para fazer o Arco Metropolitano, no Rio, tínhamos 14 órgãos de fiscalização e ambientais. Foi muito difícil tirar isso do papel. E com essa demora vêm os aumentos, porque o empresário contratado não vai ficar parado pagando funcionário”, concluiu.
Outro tema abordado pelo governador foi a divisão dos royalties do petróleo. “82% da produção nacional de petróleo vem do Rio, e está tudo quanto governador querendo royalties do petróleo”, disse. Segundo Pezão, caso o dinheiro fosse repartido entre estados e municípios “isso quebraria Rio de Janeiro e Espírito Santo, e não resolveria o problema de ninguém”.