Eunício Oliveira: "Pelo menos, enquanto eu for presidente não manda. Quem manda são os congressistas" (Wilson Dias/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de abril de 2018 às 16h34.
Última atualização em 3 de abril de 2018 às 16h39.
Brasília - O presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (MDB-CE), não poupou a equipe econômica na cerimônia de filiação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao MDB. Depois que o presidente Michel Temer e Meirelles já tinham deixado a sede do partido em Brasília, Eunício Oliveira disse em tom bastante irritado que a área econômica "não manda" na pauta do Senado.
"Pelo menos, enquanto eu for presidente não manda. Quem manda são os congressistas", disse ele depois de ser interpelado pelo Broadcast sobre decisão da Associação Nacional dos Auditores Fiscais (Unafisco) de tentar impedi-lo de pôr em votação veto presidencial ao Refis das micro e pequenas empresas. O veto deve ser votado nesta terça-feira, 3.
Para o Unafisco, o veto não poderia ter sido colocado em votação pelo presidente do Senado, já que não havia previsão de receita para compensar a perda de arrecadação com esse Refis, como exige a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Mesmo sabendo que a entidade dos auditores fiscais não faz parte da equipe econômica, o presidente do Senado preferiu atacar a equipe econômica no dia em que Meirelles se filia ao seu partido para buscar uma candidatura nas eleições presidenciais.
Oliveira defendeu a derruba do veto ao dizer que, depois de 17 Refis, a equipe econômica não quer deixar o programa passar para os "pequenos". Ele ponderou, no entanto, que é contra os sucessivos parcelamentos de débitos tributários.
Aliado do PT no Ceará, o presidente do senado se recusou a comentar a filiação do ministro da Fazenda e as chances da candidatura do presidente Michel Temer. "Eu vim aqui para aplaudir", afirmou apenas em tom irônico.