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Após vídeos e demissão de ministro do GSI, aliados do governo apoiam abertura de CPMI

General Marco Gonçalves Dias pediu demissão do cargo na tarde desta quarta-feira, 19, após reunião com Lula

Izael Pereira
Izael Pereira

Reporter colaborador, em Brasília

Publicado em 19 de abril de 2023 às 18h52.

Última atualização em 19 de abril de 2023 às 19h28.

Após a divulgação de imagens que levaram o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Marco Edson Gonçalves Dias, a pedir demissão do cargo na tarde desta quarta-feira, 19, lideranças aliadas ao governo na Câmara anunciaram que apoiarão a abertura de uma CPMI para investigar os atos de 8 de janeiro.

A crise no governo teve início na manhã de hoje, 19, quando a CNN Brasil divulgou imagens que mostram o ministro e colaboradores do GSI no Palácio do Planalto durante a invasão do prédio no dia 8 de janeiro.

Apoio não representa o governo, diz líder

O anúncio do apoio à abertura da CPMI que a oposição tenta instalar desde a ocorrência dos atos de 8 de janeiro foi feito pelo Líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), após uma reunião com líderes de partidos de esquerda. Ele, no entanto, disse que o apoio desses parlamentares não representa um endosso do governo do presidente Lula, uma vez que a prerrogativa de pedido de abertura de uma CPMI é da oposição e não de governo.

“Se o Pacheco fizer a leitura do requerimento na quarta-feira nós vamos colaborar, vamos para dentro e vamos querer que a CPI apure tudo para que a verdade seja cada vez mais explicitada para o país. Acho que esse é o caminho”, disse.

Guimarães ressaltou que as apurações realizadas pela Polícia Federal estão em pleno vapor e que “ninguém mais que o governo quer investigar, doa a quem doer. "Essa narrativa de que o governo está por trás para nós não cola, porque você tem vídeos de parlamentares até fomentando, articulando e fazendo as presepadas do dia 8 que feriu de morte a democracia”, afirmou.

Na avaliação dele, “o vídeo que foi divulgado hoje é o retrato de como os bolsonaristas agiam dentro e fora do governo”. E que o general Gonçalves Dias “que pediu afastamento para facilitar as investigações é o exemplo de que ele estava cercado de bolsonaristas que fizeram essa ação na tentativa de criminalizar o governo”.

Contudo, Guimarães disse que não haverá assinatura de parlamentares que apoiam o governo no pedido de requerimento para a instalação da CPMI. De acordo com ele, a oposição já tem o número de signatários necessários. A expectativa é que a leitura do requerimento para instalação da Comissão Mista de Inquérito Parlamentar seja feita na próxima quarta-feira, 26, em sessão do Congresso Nacional.

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