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Após Rio, cidades candidatas querem fazer evento compacto

Problemas com transporte e localização fazem cidades candidatas pensarem sobre vias e infraestrutura


	Abertura da Olimpíada do Rio: problemas com transporte e localização fazem cidades candidatas pensarem sobre vias e infraestrutura
 (Lucy Nicholson/Reuters)

Abertura da Olimpíada do Rio: problemas com transporte e localização fazem cidades candidatas pensarem sobre vias e infraestrutura (Lucy Nicholson/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2016 às 19h44.

Rio de Janeiro - Os primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul ainda estão longe de acabar, mas as cidades que disputam o evento de 2024 já aprenderam uma lição clara no Rio: nem tente organizar os Jogos abrangendo toda a cidade.

Os organizadores no Rio montaram instalações esportivas para cima e para baixo na sua notável orla, se aproveitando das praias e montanhas, como também levaram novas vias, infraestrutura e visitantes para diversas partes da cidade.

No entanto, isso apresentou grandes dores de cabeça em termos de transporte, especialmente nos primeiros dias dos Jogos, e tem sido responsabilizado pelas porções de assentos vazios nos eventos. Mesmo os ônibus olímpicos oficiais demoravam até duas horas para chegar aos seus destinos, apesar de usar vias especiais.

O comitê de Paris, uma das quatro cidades competindo pelos Jogos de 2024, debatia os benefícios de levar os Jogos a mais partes da capital francesa. Mas até eles chegarem ao Rio.

Observar os desafios do deslocamento de milhares de atletas, imprensa e torcedores entre instalações distantes ajudou a convencer alguns na equipe de Paris que não tinham certeza sobre onde construir um novo centro aquático.

Alguns no comitê queriam construí-lo longe do estádio olímpico e da vila dos atletas, concentrados no norte da cidade, para espalhar os benefícios dos Jogos de maneira mais abrangente.

A ideia evaporou no Rio, de acordo com Etienne Thobois, executivo-chefe do comitê para a Olimpíada em Paris em 2024.

"Nós ficávamos falando para eles que nós queremos coisas compactas”, disse Thobois sobre o centro aquático, a única grande instalação a ser construída do zero, a um custo de 68 milhões a 90 milhões de dólares, no subúrbio parisiense de Saint-Denis.

"Eles estavam numa linha política, eles estavam pensando que talvez uma outra área seria melhor. Agora eles experimentaram isso e se deram conta do que eles têm de fazer, porque fica óbvio quando você vive os Jogos”, disse.

Paris não está sozinha na tentativa de vender ao Comitê Olímpico Internacional (COI) Jogos compactos. As rivais Roma, Budapeste e Los Angeles também estão resistindo à tentação de construir nova infraestrutura em pontos mais distantes.

Jogos com abrangência geográfica mais limitada não são mais fáceis só do ponto de vista logístico, mas também são mais baratos. Isso é algo que apela ao COI tanto quanto apela às candidatas.

O COI está se afastando de eventos muito caros como os Jogos de Pequim de 40 bilhões de dólares em 2008 e os Jogos de Inverno de Sochi, na Rússia, de 50 bilhões de dólares em 2014. Eles deixam estádios vazios ou subutilizados e espantam as cidades de uma candidatura para futuras Olimpíadas.

O COI, que deve anunciar a sua decisão sobre a sede de 2024 no ano que vem, vai ficar satisfeito em avaliar propostas nas quais instalações tenham um futuro para além das duas semanas de Jogos, disse o diretor-executivo dos Jogos Olímpicos, Christophe Dubi.

"Nós nunca dizemos que compacto é melhor ou é recomendado. Você não pode concluir que um modelo é melhor do que o outro”, afirmou Dubi. “O que é importante é que a instalação seja utilizada.”

Todas as quatro cidades candidatas enviaram equipes para o Rio como parte do programa de observação olímpico, para ver o que é necessário para montar o maior evento esportivo do mundo e para aprimorar as suas propostas.

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