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Após resistência na Alesp, Doria refaz proposta de desestatização

Na quarta-feira, 10, deputados do PSL e do Novo, que se declaram independentes, se uniram ao PT e ao PSOL, da oposição, para obstruir a votação

joão Doria, governador de SP (Rovena Rosa/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de abril de 2019 às 11h39.

Última atualização em 10 de dezembro de 2019 às 10h16.

São Paulo - Diante da resistência das maiores bancadas na Assembleia Legislativa, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pretende desmembrar em três projetos a proposta de desestatização de empresas - uma das principais promessas do tucano durante a campanha eleitoral do ano passado.

Primeiro projeto enviado pelo Executivo à Assembleia, no início de fevereiro, a proposta previa uma única autorização para extinguir ou fundir seis empresas estatais: Emplasa, Codasp, Prodesp, Imesp, Dersa e CPOS. A ideia, no entanto, causou insatisfação de deputados, inclusive de aliados históricos do PSDB, logo que chegou ao Legislativo.

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Na quarta-feira, 10, deputados do PSL e do Novo, que se declaram independentes, se uniram ao PT e ao PSOL, da oposição, para obstruir a votação. Durante a discussão da proposta, os parlamentares deixaram o plenário, derrubando a sessão por falta de quórum - pelo regimento interno da Casa, são necessários 24 deputados presentes para o debate de um projeto, que deve ser discutido por seis horas.

O PSL e o Novo se dizem favoráveis às mudanças, mas cobram "transparência" do Executivo. "O projeto do governo, na verdade, é um cheque em branco para o governador. O PSL não é contra a privatização. Pelo contrário. Somos favoráveis a um Estado mais enxuto", disse o líder do PSL na Assembleia, Gil Diniz. "Não houve análise de custo e abertura do fluxo de caixa. Por que abrir mão dessas empresas?", questionou a deputada Mônica Seixas, do PSOL.

A bancada do PT, com dez deputados, afirmou que vai obstruir todos os projetos do governo enquanto a Casa não aprovar a comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar denúncias de corrupção em obras tocadas pela Dersa em governos do PSDB.

Para o líder do Novo, deputado Heni Ozi, o partido quer aprofundar o debate. "Não está tudo muito claro. O Novo quer que o debate avance. A maioria dos deputados não está satisfeita com a forma como foram enviados os projetos."

Líder do governo, o deputado Carlão Pignatari (PSDB) negou que o governo tenha sofrido uma derrota no plenário. "Não vai se vender nada. Estão caindo num engodo do PT. Não temos pressa de aprovar", minimizou o tucano.

Alternativa

Após o revés na Assembleia, o Palácio dos Bandeirantes propõe, agora, a dividir do pacote em três blocos - a bancada petista insiste para que sejam seis, cada um para uma estatal diferente.

O primeiro projeto seria a extinção da Emplasa - empresa de planejamento - e a Codasp, a companhia de desenvolvimento agrícola. O segundo seria a fusão da Prodesp, de processamento de dados, com a Imesp, a imprensa oficial. E o último trataria da extinção da Dersa, de desenvolvimento rodoviário, e da CPOS, companhia de obras e serviços.

Aliada de Doria, a deputada Carla Morando (PSDB) considerou que a proposta deve ser melhor debatida na Assembleia, mas disse que sua votação deve ser célere. "A pauta tem que ser debatida. Porém, a tramitação precisa ser rápida e objetiva. Diminuir a máquina pública é uma meta deste governo e a qual eu também defendo. O Estado precisa cada vez menos de empresas públicas para se tornar mais eficiente", disse.

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