Governo de SP anuncia passe livre também em metrô e CPTM no dia da eleição
São Paulo não terá cobrança em metrô, trem e ônibus intermunicipal no domingo, dia 30. Prefeitura já havia anunciado ônibus gratuito no dia da eleição
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2022 às 17h08.
Última atualização em 27 de outubro de 2022 às 18h31.
O estado de São Paulo não terá cobrança de passagem em metrô, CPTM, EMTU e ônibus intermunicipais no dia do segundo turno da eleição, neste domingo, 30 de outubro. A medida foi anunciada nesta quinta-feira, 27, pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB).
"Domingo é o dia da democracia, por isso é justo que todos tenham acesso ao transporte público e possam votar com igualdade de condições. Portanto, catraca livre no metrô, CPTM, EMTU e ônibus intermunicipais de todo o estado", escreveu Garcia em seu perfil no Twitter.
A cidade de São Paulo, governada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), também já havia anunciado nesta semana a suspensão da cobrança nos ônibus, que são geridos pela prefeitura. Mas o estado ainda não havia se pronunciado sobre metrôs e trens, que são de responsabilidade do governo estadual e incluem áreas fora da capital.
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Garcia vinha sendo pressionado a liberar a cobrança nos últimos dias após a gratuidade confirmada na cidade de São Paulo e em outros lugares do Brasil. O debate ganhou força como forma de garantir a possibilidade de voto a todos e combater a abstenção, que foi recorde no primeiro turno.
Outras cidades liberam passe livre
Em nota, a assessoria de imprensa do governo do estado afirmou que a decisão foi tomada "após análise dos impactos financeiros da medida" e que a gratuidade custará R$ 11,5 milhões.
Nunes e Garcia haviam se mostrado inicialmente contrários à medida, mas foram pressionados com a gratuidade em outras grandes cidades e com ações judiciais de deputados e outros ativistas, que fizeram a Justiça estabelecer um prazo para que os governantes se manifestassem.
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Mais de 20 capitais já anunciaram gratuidade, como Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
O ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), indicou que a gratuidade no transporte não configura improbidade administrativa, em decisão que foi depois confirmada pelo plenário do STF.
Os paulistas votam no domingo para o segundo turno da eleição presidencial e da eleição para governador.
Nunes e Garcia apoiam ambos a Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disputa o governo de São Paulo contra Fernando Haddad (PT). O próprio Garcia disputou o primeiro turno da eleição para governador, mas não teve votos suficientes para ir à segunda etapa, ficando em terceiro lugar.
Como vai funcionar o passe livre na eleição em SP
Todos os transportes geridos pelo governo do estado não terão cobrança de passagem no domingo.
O governo informou que a medida vale para:
- metrô;
- trens da CPTM;
- ônibus EMTU;
- e ônibus intermunicipais.
Já na capital paulista, nos ônibus da cidade dentro do sistema da SPTrans, o transporte será gratuito das 6 horas da manhã até às 20 horas na cidade, segundo a prefeitura.
No caso dos ônibus, haverá "catraca livre", isto é, passageiros entrando e descendo pela porta da frente dos ônibus.
A gratuidade será livre para todos, inclusive para os que não tiverem Bilhete Único (cartão usado para locomoção em ônibus e metrô na cidade).
Também não será necessário apresentar nenhum tipo de documento que mostre que o passageiro está indo votar.
2 milhões não votaram na cidade de São Paulo
O debate sobre a gratuidade no transporte público ganhou força com a abstenção recorde de eleitores no primeiro turno. Mais de 32 milhões de brasileiros aptos não se deslocaram para votar, e números mostram que a abstenção foi maior entre eleitores menos escolarizados e em bairros mais pobres.
Só na capital paulista, quase 2 milhões de pessoas não votaram no primeiro turno, uma abstenção de 21,3%, acima da média nacional, de 20,9%. No estado todo, foram quase 7,5 milhões de eleitores ausentes.
Analistas apontam que a abstenção tende a prejudicar sobretudo a campanha do ex-presidente Lula, que venceu em bairros da periferia de São Paulo no primeiro turno.
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Puxado pelos votos da periferia, Lula venceu na cidade de São Paulo, com 47,5% dos votos ante 38% de Bolsonaro. Mais do que o percentual, como a EXAME mostrou, a capital paulista deu ao ex-presidente o maior saldo de votos contra Bolsonaro do Brasil (foram quase 658 mil votos a mais do que Bolsonaro).
Já no estado de São Paulo, Bolsonaro venceu, com 47,71% dos votos, ante 40,89% de Lula.