Concessionárias de veículos podem sentir o aperto do crédito em 2011 (Arquivo/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 15h17.
São Paulo - O comércio varejista teve uma desaceleração nas vendas em outubro, mas ainda sustenta taxas bastante favoráveis, devendo encerrar o ano com alta acumulada de 11,2%. Se confirmada, será a maior elevação da história, superando o recorde de 2007.
A avaliação é do economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fábio Bentes, que participou nesta terça-feira (14) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
“A gente observa neste início do último trimestre do ano que o comércio voltou a uma trajetória de crescimento de longo prazo mais sustentável. As taxas continuam positivas, mas não tão fortes como as que vínhamos observando em alguns meses do ano”, diz Bentes.
O economista da CNC admite que a previsão de expansão de 9,2% nas vendas do varejo no ano que vem pode ser revista para baixo se o freio da economia for muito forte.
“A gente observa alguns dados preliminares de desaceleração no mercado de trabalho. No crédito, a gente espera que as medidas tomadas pelo Banco Central contenham um pouco o consumo daqui para frente. Os ramos do varejo que dependem mais do crédito podem sentir mais os efeitos do aperto monetário, como móveis, eletrodomésticos, informática, telecomunicações e automóveis.”
Na entrevista (para ouvir, clique na imagem ao lado), o economista Fábio Bentes avalia a participação dos importados no varejo e seus impactos na inflação, além de fazer uma análise do setor de material de construção.