Luiz Inacio Lula da Silva, Brazil's president, during a meeting at the Palace of Belem in Lisbon on Saturday, April 22, 2023. Luiz Inacio Lula da Silva met Portugal's leader today on his first European trip since taking office, which comes amid a row with the West over his recent comments on the Ukraine war. Photographer: Zed Jameson/Bloomberg via Getty Images (Zed Jameson/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 27 de abril de 2023 às 12h29.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estampa a capa do jornal espanhol El País desta quinta-feira, 27, reiterando a intenção do Brasil liderar a busca por uma solução para o fim da guerra entre a Rússia e Ucrânia, iniciada há um ano.
"A primeira coisa que nós temos que entender é que esta guerra começou porque há muito tempo perdeu-se a capacidade de diálogo entre os dirigentes mundiais", destacou o presidente ao ser questionado sobre sua iniciativa de garantir a paz entre os países do leste europeu. "A Rússia não tinha o direito de invadir o território ucraniano", pontuou. "Ou eu alimento a guerra, ou eu tento acabar com ela. [...] Fui falar com Xi Jinping, com o [Joe] Biden, com [Olaf] Scholz… falei com o [Emmanuel] Macron… É preciso construir um grupo de países dispostos a negociar um cessar-fogo, eu quero que a guerra pare" afirmou à jornalista Pepa Bueno.
Lula enfatizou acreditar no potencial do continente europeu de mediar o embate, e criticou a rápida adesão ao conflito assim que ele foi deflagrado, em fevereiro do ano passado. "Acredito que a Europa tem o papel de mediadora, a Europa deveria fazer uma espécie de 'caminho do meio', e ela não fez. Ela se envolveu muito rapidamente, eu acho então que nós temos que encontrar as pessoas que querem falar sobre a paz. [...] Nós temos que envolver os países que não estão envolvidos diretamente ou indiretamente na guerra", disse.
O chefe de Estado brasileiro afirmou, ainda, se preocupar com interesses "político-eleitorais" envolvendo o conflito, e disse que voltará a falar com o presidente da França, Emmanuel Macron, na próxima semana, o qual alega estar "disposto" a pôr fim à guerra. Ele também ressaltou a viagem do assessor especial da presidência da República, Celso Amorim, à Ucrânia após o diplomata ter se reunido com o presidente russo Vladimir Putin.