Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres (Evaristo Sá/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 11 de janeiro de 2023 às 07h11.
O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, que é delegado de Polícia Federal e foi ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, informou nesta terça-feira, 10, que voltará ao Brasil para ser preso.
A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na investigação sobre os atos golpistas em Brasília. Torres está de férias com a família em Orlando, nos Estados Unidos. Ele foi exonerado após os protestos radiciais na Praça dos Três Poderes.
"Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à justiça e cuidar da minha defesa", escreveu nas redes sociais.
"Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá", acrescentou.
A ordem de prisão atendeu a um pedido do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. A decisão cita "fortes indícios" de que o ex-secretário foi "conivente" com os atos golpistas em Brasília. Moraes também afirmou que Torres deixou de agir para conter uma "tragédia anunciada" e que ele não pode "alegar ignorância ou incompetência pela omissão dolosa e criminosa".
"A existência de uma organização criminosa, cujos atos têm ocorrido regularmente há meses, inclusive no Distrito Federal, é um forte indício da conivência e da aquiescência do Poder Público com os crimes cometidos, a revelar o grave comprometimento da ordem pública e a possibilidade de repetição de atos semelhantes caso as circunstâncias permaneçam as mesmas" escreveu o ministro.
Além do ex-secretário, Moraes também mandou prender o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fabio Augusto Vieira, que coordenou o trabalho da corporação no último domingo. Ele foi substituído depois que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na segurança pública do DF. A medida foi referendada pelo Congresso.