Antonio Anastasia e Raimundo Lira: o senador tucano aproveitou para esclarecer que a presidente Dilma poderá apresentar sua defesa antes e depois do parecer. (Ueslei Marcelino / Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2016 às 16h39.
Brasília - Confirmado como relator do impeachment no Senado, o tucano Antonio Anastasia (MG) disse que vai conduzir o processo com "serenidade" e negou qualquer possibilidade de adiantar o seu parecer, antecipando a votação do afastamento da presidente Dilma Rousseff.
"O plano de trabalho foi concebido exatamente para permitir que houvesse, de maneira muito salutar, a fala tanto daqueles que acusam quanto daqueles que defendem. O prazo foi determinado pelo presidente e vai se concluir na próxima sexta-feira, 6, com a votação do parecer", confirmou o senador.
Ele argumentou que, no rito determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o Senado ganhou mais responsabilidades na condução do processo de impeachment, inclusive, abrindo espaço para a defesa já na primeira fase de tramitação na comissão. Será garantida também a fala dos denunciantes, que fizeram o pedido de impeachment.
O senador tucano aproveitou para esclarecer que a presidente Dilma poderá apresentar sua defesa antes e depois do parecer.
"O meu relatório não é um parecer que vincula, ele não obriga a nada, ele vai ser colocado e os senadores vão discuti-lo. E é bom ouvir a defesa, novamente, após a apresentação do relatório, com considerações novas que venham a trazer", defendeu.
Anastasia minimizou as críticas dos senadores governistas, que gastaram a maior parte da reunião tentando impedi-lo de assumir a relatoria do processo argumentando que lhe faltava isenção.
"Eles vão perceber, no curso do trabalho, exatamente esta minha serenidade e o senso de responsabilidade que tenho no exercício de todas as funções decorrentes do meu mandato de senador, inclusive como relator desse processo", disse.
Com a decisão de Anastasia de não adiantar o relatório, é pouco provável que haja novas modificações no calendário de votação da instauração do impeachment.
Não ficou confirmada, entretanto, a data de votação do parecer do relator em plenário, decisão que cabe ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).