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Análise da Economist choveu no molhado, diz Austin Rating

Agência de classificação de risco ainda não deu grau de investimento ao Brasil exatamente por causa dos problemas destacados pela revista britânica

The Economist cita aeroportos lotados no Brasil como exemplo de falta de infraestrutura
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 12h28.

São Paulo - Os problemas econômicos levantados pela The Economist são velhos conhecidos dos brasileiros. A publicação britânica afirma que o Brasil cresce num ritmo chinês, mas não é a China, pois poupa e investe pouco.

"O máximo que o Brasil conseguiu investir foi 18,6% do PIB em 2008, enquanto o ideal seria algo entre 25% e 30%", diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, agência brasileira de classificação de risco que ainda não deu grau de investimento ao Brasil. "O nível de endividamento público permanece muito elevado", justifica Agostini.

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Outro ponto levantado pela Economist é o excesso de gastos permanente do governo que "está começando a parecer um Toyota com acelerador preso ao chão". Alex Agostini concorda com a análise de que a política fiscal expansionista atrapalha a missão do Banco Central de controlar a inflação, mas não aceita a afirmação de que o crescimento do Brasil neste ano é excessivo. "Estamos apenas recuperando o terreno perdido em 2009", diz Agostini, que calcula uma média de expansão do PIB de apenas 3% nos dois anos (2009 e 2010) se o crescimento em 2010 for de 6,3%. Relatório da Austin Rating mostra que vários setores da economia ainda estão retornando ao patamar pré-crise (veja abaixo).

O economista considerada exagerada a previsão da revista britânica de que a balança comercial brasileira terá déficit neste ano. "Embora o ritmo de alta das importações seja maior do que o das exportações, ainda teremos superávit de US$ 11 bilhões", prevê Agostini.

A Economist salienta que muitos europeus gostariam de ter esse problema (crescimento excessivo), mas lembra que os preços das commodities estão começando a enfraquecer. Alex Agostini acha que o aprofundamento da crise na Europa pode atrapalhar o Brasil, mas lembra que a Ásia, em especial a China, é a grande compradora dos nossos produtos.

A publicação britânica destaca a falta de investimentos em infraestrutura, tema sobre o qual há consenso no Brasil. "De uma forma geral, a análise da Economist choveu no molhado. O debate mais importante é como mudar esse quadro", conclui Alex Agostini.

Brasil: Superaquecimento ou reaquecimento?

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