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ANA quer captação ligada a volume de chuvas

Os órgãos gestores do principal manancial paulista estudam limitar a quantidade de água retirada das represas para abastecer cerca de 14 milhões de pessoas


	Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira: a ideia é tentar evitar o colapso do Cantareira, mas pode comprometer o abastecimento nos próximos meses
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira: a ideia é tentar evitar o colapso do Cantareira, mas pode comprometer o abastecimento nos próximos meses (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2014 às 07h53.

São Paulo - Às vésperas do início da captação do chamado "volume morto" do Sistema Cantareira, previsto para quinta-feira, dia 15, os órgãos gestores do principal manancial paulista estudam limitar a quantidade de água retirada das represas para abastecer cerca de 14 milhões de pessoas na Grande São Paulo e na região de Campinas ao volume de chuva que cai nos reservatórios.

A ideia é tentar evitar o colapso do Cantareira, mas pode comprometer o abastecimento nos próximos meses, que são tradicionalmente secos.

Na prática, se chover menos do que a média histórica do período em 15 dias, por exemplo, a proposta é diminuir proporcionalmente a vazão máxima de água que poderá ser retirada do sistema nos 15 dias seguintes.

A proposta está sendo discutida entre a Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, e o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), do governo paulista.

Os dois órgãos devem definir as novas regras de retirada de água do Cantareira a partir de amanhã, quando a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) deve iniciar a captação da reserva profunda.

Hoje, por exemplo, a Sabesp pode retirar até 22,4 mil litros dos principais reservatórios do sistema para abastecer a Grande São Paulo. A região de Campinas fica com até 3 mil litros, independentemente da quantidade de chuva que cai nas represas.

Só em abril, por exemplo, o déficit entre o volume de água que entrou e o volume que saiu foi de 9,1 mil litros por segundo, ou 23,6 bilhões de litros no mês. Só ontem, o prejuízo foi de 19,5 mil litros por segundo.

"Nossa posição é: choveu menos, tira menos; choveu mais, tira mais. Com critério de retirada semanal, no máximo quinzenal, a partir das vazões afluentes, porque estamos diante de um quadro de anomalia absoluta, no qual não podemos fazer previsões a longo prazo. Precisamos trabalhar com intervalos curtos", afirmou o presidente da ANA, Vicente Andreu.

Ele e técnicos do DAEE estiveram ontem em Campinas para debater medidas de contingência que podem ser adotadas na região para enfrentar a crise de abastecimento.

Após uma das reuniões, o Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), que abastece a região, emitiu uma nota afirmando que cálculos apresentados pela ANA confirmavam o prognóstico feito pela entidade de que "vai faltar água no pico da estiagem em agosto e setembro" para Campinas e para a Grande São Paulo.

Em nota, a agência federal negou que tenha feito as projeções. Segundo a ANA, se forem mantidas as condições atuais de retirada de água do Cantareira pela Sabesp (cerca de 21 mil litros por segundo) e a média histórica retirada pelas Bacias do PCJ no inverno (cerca de 7 mil litros), em um cenário no qual a vazão afluente ao sistema tem sido 60% da mínima histórica, faltariam 10 mil litros por segundo para suprir a demanda por água. "Esse foi um exercício que fizemos, não é uma projeção", disse Andreu.

Sem racionar.

Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o "volume morto" será suficiente para garantir o abastecimento sem racionamento.

"Se não tiver nenhum fato superveniente, analisando a mínima histórica de vazão, nós chegamos à próxima estação das chuvas (o sistema) cobre o final do outono e o inverno." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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