Eliseu Padilha: oposição queria esclarecimentos sobre o caso que levou à demissão de Geddel da Secretaria de Governo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de novembro de 2016 às 14h37.
Brasília - Pela segunda semana consecutiva, a base aliada do presidente Michel Temer conseguiu blindar o governo e derrubar pedidos de convocação para que ministros viessem à Câmara dar explicações sobre o caso que levou à demissão de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo.
Deputados da oposição apresentaram requerimentos para que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, prestassem depoimentos na Comissão de Fiscalização e Controle. Todos os pedidos foram rejeitados.
O deputado Paulo Pimenta (PT-SP) também solicitou, sem sucesso, que o novo ministro da Cultura, Roberto Freire, enviasse cópia de toda a documentação sobre o processo de autorização do empreendimento La Vue, em Salvador, onde Geddel comprou um apartamento.
A oposição também tentou aprovar a realização de uma audiência pública com integrantes do Ministério da Cultura, do Iphan, do TCU e do Ministério Público Federal.
Na semana passada, um movimento parecido, encabeçado pelo líder do governo, André Moura (PSC-SE), impediu que fosse aprovada a convocação de Geddel para prestar esclarecimentos na Câmara.
Apesar da blindagem, Geddel decidiu deixar o governo na última sexta-feira, 25, após o ex-ministro Marcelo Calero envolver Temer diretamente no escândalo.
Em depoimento à Polícia Federal, Calero afirmou ter sido pressionado também pelo presidente a interferir para que o Iphan liberasse a obra de interesse do então ministro da Secretaria de Governo.