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Aliados de Lula se revezam para manter "vigília" em Curitiba

PT organiza programações culturais para tentar manter as atividades diárias em frente ao prédio da Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense

Manifestações: há um acampamento montado para que os protestantes passem a noite, a cerca de um quilômetro do prédio da PF (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Manifestações: há um acampamento montado para que os protestantes passem a noite, a cerca de um quilômetro do prédio da PF (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de abril de 2018 às 16h36.

Com a impossibilidade de visitarem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão, parlamentares aliados se revezam para ir a Curitiba e evitar que a "vigília" em apoio ao petista se esvazie.

Além disso, o PT organiza programações culturais para tentar manter as atividades diárias em frente ao prédio da Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense, onde o ex-presidente cumpre pena desde o último dia 7.

Nesta sexta-feira, 20, o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o ex-ministro Aloísio Mercadante estiveram no local durante a manhã.

Os discursos dos petistas insistem na manutenção da pré-candidatura de Lula à Presidência da República, mesmo preso, e defendem a liberdade do ex-presidente, condenado na Operação Lava Jato.

"A hora agora é de resistência, eles acham que vão nos ganhar no cansaço, criam todo tipo de dificuldade, mas esse acampamento aqui é uma semente da resistência", afirmou Pimenta, em discurso para os apoiadores.

Nas redes sociais, o PT divulga vídeos insistindo que a vigília seja mantida enquanto Lula estiver preso. "Nós só saímos da rua com o Lula junto conosco. Liberem o Lula que nós vamos embora", disse Pimenta. "Lutar pela liberdade de Lula é fundamental, toda militância nossa tem que estar aqui" declarou Mercadante.

Na tarde de hoje, os deputados federais do Paraná Enio Verri e Zeca Dirceu visitariam o local onde estão os manifestantes. O grupo convocou ainda um ato com acendimento de luzes de velas e celulares para 18h30.

Para amanhã, o PT anunciou a presença da filósofa Marcia Tiburi, recém filiada ao partido no Rio de Janeiro, e uma "caravana feminista" em Curitiba.

Há um acampamento montado para que os manifestantes passem a noite, a cerca de um quilômetro do prédio da PF. Todos os dias, os protestantes vão à região perto do cordão de isolamento do prédio para gritar "bom dia" ao ex-presidente e promovem atividades durante o dia.

Além dos discursos políticos, há rodas de músicas e outras programações, que passam por partidas de futebol, como na tarde de hoje, e até aulas de ioga e meditação, ocorridas na quinta-feira, 19.

Visitas

O ex-presidente, a princípio, só está autorizado a receber visitas de advogados no dia a dia e de familiares em dias determinados, assim como os outros detentos.

Aliados alegam que Lula merece um tratamento diferenciado porque seria um "preso político". A juíza da Vara de Execuções Penais Carolina Moura Lebbos tem negado que outras pessoas entrem na sala especial onde o petista está preso.

Na última terça-feira, 11 senadores da Comissão de Direitos Humanos do Senado - todos aliados ao petista - visitaram Lula após terem informado à juíza que fariam uma "vistoria" no local.

A magistrada autorizou a inspeção. Na Câmara, uma comissão externa da Casa anunciou que outra vistoria será feita na próxima terça-feira, 24. Ainda não houve manifestação judicial sobre o ato. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias também aprovou uma visita ampla ao ex-presidente, ainda sem data agendada.

Nesta quinta-feira, 19, o ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1980, e o teólogo Leonardo Boff, amigo do ex-presidente, também tentaram visitá-lo mas foram barrados no prédio da Polícia Federal.

O PT publicou fotos de Boff, que tem 79 anos, sentado em uma cadeira de plástico aguardando autorização em frente à guarita da Superintendência da PF.

A juíza Carolina Lebbos não permitiu a visita e disse que não há nenhuma notificação de violação a direitos humanos que justificasse uma nova inspeção no local onde o petista cumpre a pena.

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