Ministro do Esporte pede novo interlocutor à Fifa (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2012 às 18h39.
São Paulo – O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, oficializou o pedido à Fifa de um novo interlocutor para tratar dos assuntos ligados à Copa do Mundo de 2014.
Em carta a Joseph Blatter (veja a íntegra do documento), presidente do órgão, Rebelo disse que o Brasil não pode mais aceitar o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, como interlocutor.
O diálogo entre representantes do governo brasileiro e Valcke a respeito do andamento dos preparativos para a Copa ganhou tons poucos cordiais ao longo deste final de semana.
Em entrevista concedida na sexta-feira, Valcke reclamou dos atrasos nas obras de infraestrutura para o evento e disse que os organizadores precisavam de um "pontapé na bunda".
Rebelo disse que as declarações inapropriadas do secretário-geral foram recebidas com espanto e “escapam aos padrões de convivência harmônica entre um país soberano como o Brasil e uma organização internacional centenária como a Fifa”.
Valcke tinha viagem marcada ao Brasil na próxima semana. A postura do dirigente foi criticada por membros do governo e do Congresso brasileiro.
O fim da Copa no Brasil?
Embora o desfecho seja improvável, a Fifa teria direito, por contrato, de desistir de realizar o Mundial no Brasil até 1º de junho de 2012 – 2 anos e 11 dias antes da abertura – sem multas, segundo reportagem do ano passado, do jornal O Globo.
De acordo com o jornal, o acordo assinado pelo país com o órgão tem uma cláusula que determina que a rescisão será aplicada caso os regulamentos necessários para a organização da Copa do Mundo de 2014 não tenham sido aprovados ou caso as autoridades competentes não estejam cumprindo as garantias governamentais exigidas.
Se a Fifa recorresse ao recurso extremo, não seria a primeira vez que um país escolhido como sede abandonaria o barco no meio do caminho. Em novembro de 1982, a Colômbia desistiu de sediar a Copa do Mundo de 1986.
Escolhido como sede pela Fifa em 1974, o país declarou que seria impossível cumprir os termos do acordo por restrições econômicas. O México, que já havia sediado o mundial de 1970, foi escolhido como substituto.
Apesar do desgaste causado pelo último episódio, somado a outras polêmicas, como a atraso na aprovação da Lei Geral da Copa, o presidente do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Teixeira, tentou acalmar os ânimos, garantindo que tudo sairá conforme o planejado.