Hoje, 17 setores intensivos em mão de obra são beneficiados pela desoneração, que acaba no fim do ano (Adriano Machado/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 7 de setembro de 2020 às 10h11.
Última atualização em 7 de setembro de 2020 às 11h02.
O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP), cancelou a sessão do Congresso marcada para quarta-feira em que poderia ser votado o veto do presidente Jair Bolsonaro à prorrogação da desoneração da folha de pagamento de empresas até o fim de 2021. Líderes do Senado e da Câmara pressionam pela derrubada do veto e para que a sessão seja marcada logo, mas o governo quer negociar.
— Como nesta semana tem um feriado e o presidente Rodrigo Maia (da Câmara) resolveu cancelar a agenda, também não haverá sessão do Congresso. Ficará para a próxima semana — disse o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO).
O senador Otto Alencar (BA), líder do PSD, promete pressionar Alcolumbre para marcar a sessão esta semana:
— O governo sabe que não tem votos para manter o veto e fica adiando a votação e causando insegurança para as empresas que estão se planejando para 2021. O ministro da Economia é um dos que mais incentivaram a desoneração. Mudou de opinião?
Hoje, 17 setores intensivos em mão de obra são beneficiados pela desoneração, que acaba no fim do ano. Na MP 936, da redução de jornada e salário, os parlamentares estenderam a desoneração até o fim de 2021, mas Bolsonaro vetou.
Nessa desoneração, a empresa não deixa de pagar impostos, apenas adota outro modelo. Troca um percentual sobre a folha por uma parcela do faturamento.
Na semana passada, o governo indicou que poderia prorrogar a medida por seis meses. Segundo o vice-líder do governo no Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF), “tudo entra nas negociações”:
— Tem que buscar o entendimento — afirmou.