Agroquímicos: o Brasil utiliza muito o glifosato para o combate de pragas no sistema de plantio direto (Germano Lüders/Reuters)
AFP
Publicado em 9 de agosto de 2018 às 15h24.
A Advocacia-Geral da União (AGU) quer reverter uma decisão judicial que suspendeu o uso de todos os produtos que contenham glifosato, um dos herbicidas mais utilizados nas plantações de soja do país.
Na semana passada, uma juíza federal de Brasília ordenou a suspensão, durante 30 dias, do uso de todos os produtos que contenham glifosato, tiram e abamectina até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conclua sua reavaliação toxicológica dessas substâncias.
A decisão acontece quando a gigante agroquímica Monsanto, adquirida recentemente pela alemã Bayer, enfrenta seu primeiro julgamento nos Estados Unidos pela suposta ligação entre o câncer e seus produtos à base de glifosato.
Esta sustância polêmica é alvo de estudos científicos contraditórios sobre seu caráter cancerígeno, mas é permitida em mais de cem países, entre eles o Brasil.
O maior exportador e segundo produtor mundial de soja utiliza muito o glifosato para o combate de pragas no sistema de plantio direto.
O ministro de Agricultura, Blairo Maggi, anunciou queque o governo vai recorrer da decisão para tentar revertê-la decisão para tentar revertê-la antes da próxima colheita.
"Todo o sistema de plantio direto é baseado no glifosato" e suspender seu uso "será um retrocesso ambiental gigantesco", afirmou Maggi ao jornal Valor Econômico.
O glifosato é o herbicida mais utilizado no mundo com distintas marcas.
"Como todos os produtos herbicidas, o glifosato é revisado rotineiramente pelas autoridades regulatórias para garantir que ele possa ser usado com segurança", afirmou em comunicado enviado à AFP a assessoria da Monsanto, uma das maiores empresas que produz e comercializa produtos à base de glifosato no Brasil.
Para a companhia, não existe nenhum vínculo entre o glifosato e o câncer.