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Agnelo exonera secretários para reforçar sua defesa

Os petistas Paulo Tadeu e Geraldo Magela foram exonerados e voltaram à Câmara nesta terça, oito dias antes de o governador prestar seu depoimento perante à CPI

Interceptações telefônicas da Operação Monte Carlo da Polícia Federal sugerem atuação do grupo de Cachoeira no governo do Distrito Federal (Veja)

Interceptações telefônicas da Operação Monte Carlo da Polícia Federal sugerem atuação do grupo de Cachoeira no governo do Distrito Federal (Veja)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2012 às 16h25.

Brasília - Para reforçar a defesa do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), no Congresso Nacional dois secretários da administração deixaram suas funções para retomar mandatos de deputado federal. Os petistas Paulo Tadeu (Governo) e Geraldo Magela (Habitação) foram exonerados e voltaram à Câmara nesta terça, oito dias antes de o governador prestar seu depoimento perante à CPI do Cachoeira.

O objetivo ficou explícito em nota divulgada pelo governo do Distrito Federal. "Paulo Tadeu e Geraldo Magela são parlamentares experientes que vão reforçar a bancada do DF no Congresso Nacional em um momento importante em que será discutida a Lei de Diretrizes Orçamentárias, e também em que o DF está sob alvo de ataques políticos".

Apesar de refutar o termo "proteção", Magela admite preocupação no governo do Distrito Federal com as denúncias contra Agnelo Queiroz. Ele afirma não haver qualquer comprometimento do governador com o esquema de Carlinhos Cachoeira, mas se diz preocupado com possíveis "versões" que podem sair da investigação. "Não há como não se preocupar, o que queremos é chegar da versão ao fato, não queremos permitir que uma versão distanciada da verdade seja propagada".

Para Magela, a presença dos dois secretários no dia a dia da Câmara servirá para "tranquilizar" a bancada do PT em relação à inocência do governador. Ele destaca que nenhum dos dois secretários pretende integrar a CPI neste momento e define a atitude como uma medida preventiva.

Interceptações telefônicas da Operação Monte Carlo da Polícia Federal sugerem atuação do grupo de Cachoeira no governo do Distrito Federal. Em seu relatório, a PF afirma que, para a quadrilha, Agnelo seria o "01 de Brasília" e que sua campanha teria recebido recursos do esquema. O chefe de gabinete do governador, Cláudio Monteiro, deixou o cargo após o surgimento das denúncias e Agnelo deu declarações contraditórias sobre sua relação com o contraventor. Primeiro negou qualquer contato. Depois admitiu ter se reunido com Cachoeira quando era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Um dos escalados por Agnelo pode mesmo é ter que prestar esclarecimentos na CPI. A oposição na Câmara preparou um dossiê contra Paulo Tadeu, que é citado em diversas escutas da operação Monte Carlo. Em um dos áudios, Cláudio Abreu, então diretor da Delta no Centro-Oeste, diz para Carlos Augusto Ramos, Carlinhos Cachoeira, que está com Paulo Tadeu e Rafael Barbosa, secretário de Saúde do DF, em um restaurante e que a conversa entre eles está muito boa. O engenheiro afirma que os secretários querem inclusive se enturmar com o bicheiro. Outro diálogo indica que João Monteiro, chefe da Superintendência de Limpeza(SLU), iria levar até Paulo Tadeu uma lista de nomeações de interesse do grupo de Cachoeira. O deputado nega qualquer envolvimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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